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Escola da PSP abriu inquérito a combate de boxe entre alunos após recolher obrigatório

De tronco nu e com luvas de boxe, alunos combateram na casa de banho da Escola Prática da PSP em Torres Novas. Direção da escola abriu inquérito mas direção da PSP nega que tenham sido feitas apostas.

Miguel Pereira Santos
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A direção da Escola Prática da PSP (EPP) em Torres Novas abriu um inquérito a um combate de boxe ocorrido entre dois alunos numa das casas de banho do estabelecimento de formação de agentes. De acordo com o Correio da Manhã, este episódio — descrito pela direção da EPP como uma “prática de atividades físicas, lúdicas, fora dos espaços destinados para o efeito” — terá levado à instauração de oito processos que poderão, no limite, resultar na expulsão dos intervenientes do curso de aspirantes a PSP.

O combate entre os dois alunos, que estavam de tronco nu e equipados com luvas de boxe, foi assistido por outros formandos. Entre as dezenas de alunos na audiência houve quem tivesse filmado o momento, em vídeo reproduzido pelo jornal que avançou a notícia. Segundo a direção da PSP, “as situações anómalas de intranquilidade noturna em alojamentos de alunos”, ocorreram entre 15 e 19 de dezembro. “Estas não se enquadram nos padrões da EPP e colidiam com normas de recolher e descanso”, acrescentou a PSP.

A PSP confirmou ter instaurado processos, ainda que não confirme serem oito como diz o Correio da Manhã, mas não pode sancionar os visados por ainda não serem agentes da polícia. Essa responsabilidade fica para a direção da EPP que diz ter adotado “medidas de regulação do ambiente interno” e instaurado um inquérito interno a 18 de dezembro.

Ainda assim, a PSP afirmou ter tido conhecimento do incidente antes de receber qualquer vídeo do ocorrido, devido “aos relatórios emitidos pelo sistema de segurança da EPP”. O combate de boxe ocorreu depois do período letivo, para lá da hora de recolher obrigatório dos alunos do curso de formação de agentes.

Para já, a polícia exclui que a luta entre alunos tenha envolvido apostas a dinheiro. “Não foram apurados, no inquérito, outros indícios motivacionais que não os de finalidade recreativa”, conclui a PSP em resposta ao Correio da Manhã. Paulo Macedo, do Sindicato dos Polícias Portugueses disse ao mesmo jornal que “a confirmarem-se apostas de alunos, tais práticas são incompatíveis”.