A direção da Escola Prática da PSP (EPP) em Torres Novas abriu um inquérito a um combate de boxe ocorrido entre dois alunos numa das casas de banho do estabelecimento de formação de agentes. De acordo com o Correio da Manhã, este episódio — descrito pela direção da EPP como uma “prática de atividades físicas, lúdicas, fora dos espaços destinados para o efeito” — terá levado à instauração de oito processos que poderão, no limite, resultar na expulsão dos intervenientes do curso de aspirantes a PSP.
O combate entre os dois alunos, que estavam de tronco nu e equipados com luvas de boxe, foi assistido por outros formandos. Entre as dezenas de alunos na audiência houve quem tivesse filmado o momento, em vídeo reproduzido pelo jornal que avançou a notícia. Segundo a direção da PSP, “as situações anómalas de intranquilidade noturna em alojamentos de alunos”, ocorreram entre 15 e 19 de dezembro. “Estas não se enquadram nos padrões da EPP e colidiam com normas de recolher e descanso”, acrescentou a PSP.
A PSP confirmou ter instaurado processos, ainda que não confirme serem oito como diz o Correio da Manhã, mas não pode sancionar os visados por ainda não serem agentes da polícia. Essa responsabilidade fica para a direção da EPP que diz ter adotado “medidas de regulação do ambiente interno” e instaurado um inquérito interno a 18 de dezembro.
Ainda assim, a PSP afirmou ter tido conhecimento do incidente antes de receber qualquer vídeo do ocorrido, devido “aos relatórios emitidos pelo sistema de segurança da EPP”. O combate de boxe ocorreu depois do período letivo, para lá da hora de recolher obrigatório dos alunos do curso de formação de agentes.
Para já, a polícia exclui que a luta entre alunos tenha envolvido apostas a dinheiro. “Não foram apurados, no inquérito, outros indícios motivacionais que não os de finalidade recreativa”, conclui a PSP em resposta ao Correio da Manhã. Paulo Macedo, do Sindicato dos Polícias Portugueses disse ao mesmo jornal que “a confirmarem-se apostas de alunos, tais práticas são incompatíveis”.