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Antes de Zelensky visitar a Flórida, drones e mísseis russos contra Kiev "falaram" pelos diplomatas russos

Rússia teve a capital ucraniana como principal alvo em ataque com quase 500 drones e 40 mísseis. "Representantes russos participam em conversações mas drones Shaded falam por eles", criticou Zelensky.

Miguel Pereira Santos
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De partida para a Florida, Volodymyr Zelensky deu conta da dimensão do ataque aéreo russo da noite de sexta-feira: quase 500 drones e 40 mísseis que tiveram como Kiev o “alvo principal”. Duas pessoas morreram e, pelo menos, 32 ficaram feridas no ataque que deixou cerca de 500 mil famílias sem eletricidade na capital ucraniana.

Donald Trump tinha dito numa entrevista esta sexta-feira que via na ida de Zelensky à sua casa de férias de Mar-a-Lago uma “boa oportunidade” para chegar a entendimento que partilhado por Rússia e Ucrânia. O Presidente ucraniano, que se prepara para apresentar uma nova proposta de paz ao líder norte-americano, duvida da vontade de Putin para caminhar nessa direção.

“Os representantes russos participam em longas conversações, mas, na realidade, são os [mísseis] Kinzhals e os [drones] Shaheds que falam por eles. Esta é a verdadeira atitude de Putin e do seu círculo próximo. Eles não querem acabar com a guerra e procuram aproveitar todas as oportunidades para causar ainda mais sofrimento à Ucrânia e aumentar a pressão sobre outros países ao redor do mundo”, reagiu Zelensky nas redes sociais.

A primeira-ministra ucraniana Yulia Svyrydenk disse que as sirenes de ataque aéreo soaram por mais de 10 horas em Kiev, começando de madrugada e continuando até à hora de almoço. “Estes ataques visam deliberadamente edifícios residenciais e infraestruturas energéticas, e são programados para coincidir com um fim de semana prolongado, a fim de agravar as dificuldades da população civil”, acusou.

A dimensão do ataque aéreo levou inclusivamente ao encerramento temporário de dois aeroportos polacos (Rzeszow e Lublin) e à mobilização de caças para patrulhar a zona fronteiriça do país. A Agência Nacional de Navegação Aérea informou, entretanto, que as aeronaves polacas e aliadas que participaram nessas missão não identificaram qualquer intromissão no espaço aéreo da Polónia.

Antes de partir para a Florida, Zelensky tentou tranquilizar o líder norte-americano quanto a uma exigência que tem recuperado recorrentemente. O Presidente disse que está “politicamente pronto” para ir a eleições. “Não estou agarrado à minha cadeira”, garantiu.

“O mais importante — se dermos passos em frente — é que as garantias de segurança sejam sólidas e que estejamos protegidos”, antecipou, em relação à reunião com Trump. Horas depois, Zelensky agradeceu ao primeiro-ministro polaco pelo apoio “ao povo, ao país e à diplomacia” ucraniana depois de Donald Tusk ter publicado uma mensagem crítica de Trump nas redes sociais.

“Ao contrário da expectativa do Presidente Trump e apesar da prontidão de Zelensky para fazer compromissos, a Rússia voltou a atacar os bairros residenciais de Kiev”, escreveu Donald Tusk nas redes sociais, em reação aos ataques aéreos da última noite.