Nicolás Maduro acusou os Estados Unidos da América de estarem a provocar um conflito armado com a Venezuela não devido ao narcotráfico ou à natureza do regime político, mas para se apropriarem dos recursos naturais do país.
“Não é o Maduro, é o petróleo que eles querem. Não é o Maduro, é o ouro, são as terras raras. É a nossa riqueza natural”, disse o Presidente da Venezuela esta sexta-feira, numa reunião com o seu governo transmitida pela televisão estatal.
“Não podem dizer que eu tenho uma arma de destruição massiva, ninguém iria acreditar. Não podem dizer que tenho armas biológicas ou químicas, que estou a construir uma bomba nuclear. Por isso, repetem mentiras permanentemente”, acusou em declarações noticiadas pela Globo.
Maduro foi acusado pelos EUA de liderar o Cartel de los Soles, considerado uma organização terrorista pela administração Trump. As autoridades norte-americanas oferecem uma recompensa num valor equivalente a 42,5 milhões de euros a informações que levem à sua detenção.
Na reunião do Conselho de Segurança da ONU desta terça-feira, o representante da Venezuela disse que os EUA estão a submeter o país sul-americano à “maior extorsão” da sua história. “Estamos diante de uma potência que atua à margem do direito internacional, exigindo que nós venezuelanos abandonemos o nosso país e o entreguemos”, lamentou Samuel Moncada.
As forças armadas norte-americanas intercetaram nas últimas semanas três embarcações venezuelanas em águas internacionais, próximas da costa do país. O mais recente ataque, ocorrido no fim de semana passado, teve como alvo uma embarcação que transportava petróleo venezuelano, após Trump ter anunciado um “bloqueio total e completo aos petroleiros” na entrada e saída da Venezuela. Um primeiro ataque a uma embarcação na costa venezuelana atingiu uma embarcação que alegadamente transportavam droga, tendo resultado em oito mortos.