A nova equipa de gestão do Metropolitano de Lisboa, que entra em funções a 1 de janeiro, vai ter um salário superior à anterior administração. Isto porque, conforme noticiado pelo Público, o Governo determinou, para efeitos de remuneração, a reclassificação da empresa pública devido ao desempenho dos últimos dois anos.
No diploma que nomeia a equipa, encabeçada pela antiga secretária de Estado para a Gestão da Saúde, Cristina Vaz Tomé, o Governo determina a alteração “na parte relativa à tutela setorial do Ministério da Economia e do Emprego, por forma a alterar a classificação do Metropolitano de Lisboa, EPE, nos termos do anexo II à presente resolução e da qual faz parte integrante”.
O Metropolitano acaba, assim, a ficar no grupo classificado com A, face à anterior B por se ter “verificado uma alteração da pontuação dos indicadores ali previstos durante os dois últimos anos consecutivos”.
Com isso, os salários mudam. A presidente da empresa fica assim com um vencimento mensal bruto equivalente ao do primeiro-ministro (que em 2025 é de 8.768,65 euros, considerando salário e despesas de representação). Antes o salário era de 85% desse valor. Ou seja, Cristina Vaz Tomé vai ganhar mais 1.315 euros (15,6 mil euros anuais) que o seu antecessor — cujo lugar estava vago desde a morte de Vítor Domingues dos Santos.
Se Cristina Vaz Tomé fica com uma remuneração equivalente à do primeiro-ministro, o vice-presidente receberá 90% do valor pago ao presidente e os vogais terão 80%. Cristina Vaz Tomé que não transitou da primeira equipa governativa de Luís Montenegro para a nova acaba, assim, a ter um aumento salarial por entrar na administração do Metro.
Eurico Brilhante Dias, líder parlamentar do PS, já reagiu, ironizando com a mensagem de Natal do primeiro-ministro. “A mentalidade à Ronaldo já deu resultados. Uma secretária de Estado incompetente, com uma gestão desastrosa da greve do INEM, vai para o Metro (sendo mesmo aumentada”, escreveu na rede X.
https://twitter.com/BrilhanteDias/status/2004904942394659125
O Governo nomeou Pedro Folgado para vice-presidente e Bruno Curto Marques, Mahomed Bashir (administrador financeiro) e Sónia Páscoa (a única que transita da anterior equipa) para vogais.
Para as classificações das empresas é levado em linha de conta o contributo do esforço financeiro público para o resultado operacional (menor que 25%, nas empresas do grupo A), o volume de emprego (acima de 1.500 pessoas), o ativo líquido (superior a mil milhões de euros) e o volume de negócios ser superior a 100 milhões de euros.
