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A presidência da Rússia (Kremlin) advertiu esta terça-feira a União Europeia (UE) de que terá “muitas dores de cabeça” se tomar decisões precipitadas e usar os ativos russos congelados para dar ajudar financeira à Ucrânia.
Dias depois de os líderes europeus terem discutido a questão, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que a UE parece “disposta a tomar decisões precipitadas”.
Peskov disse “de uma forma ou de outra”, este tipo de medidas pode provocar “muitas dores de cabeça e muitos problemas à UE”, segundo as agências noticiosas oficias russas.
O porta-voz aludiu tanto à confiscação de ativos, que Moscovo qualifica como “um roubo”, como à adesão da Ucrânia à UE, para a qual não existe um calendário fechado, de acordo com a agência de notícias espanhola Europa Press.
A Comissão Europeia anunciou na segunda-feira que vai apresentar opções de financiamento à Ucrânia para 2026 e 2027, continuando a focar-se num empréstimo de reparações assente em ativos russos congelados.
O anúncio seguiu-se ao Conselho Europeu de 23 de outubro, em que os líderes europeus se comprometeram a colmatar as necessidades financeiras urgentes da Ucrânia até 2027, mas sem um consenso sobre a utilização dos ativos russos congelados.
A Bélgica, que detém a maior parte dos ativos russos congelados, é o principal obstáculo à sua mobilização por temer eventuais consequências legais e financeiras, pelo que exige garantias para que o risco não recaia exclusivamente sobre o país.
Atualmente, há cerca de 210 mil milhões de euros em bens congelados russos na UE, principalmente na Bélgica, onde está sediada a Euroclear, uma das maiores instituições de títulos financeiros do mundo.
A Comissão Europeia citou estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) de que as necessidades financeiras de Ucrânia para 2026 e 2027 rondam os 60 mil milhões de dólares (51,5 mil milhões de euros, ao câmbio atual).
A Rússia advertiu a UE no domingo que terá de devolver os ativos russos congelados com juros se os confiscar.
“Os países europeus envolvidos nesse roubo terão de pagar somas muito maiores, com juros”, avisou o presidente do parlamento russo Viacheslav Volodin.
“Por essas decisões, não só pagarão aqueles que as tomam hoje, mas também as gerações futuras, ninguém os perdoará, exigiremos a devolução do que foi roubado”, acrescentou Volodin na altura.
O congelamento de ativos russos fez parte das medidas adotadas pelo Ocidente para sancionar a Rússia pela invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, e para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
A UE, o Reino Unido, os Estados Unidos e outros aliados da Ucrânia têm imposto sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos com o mesmo objetivo.
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