Uma criança de nove anos denunciou ser vítima de abusos sexuais por parte do padrasto após assistir a uma ação de sensibilização numa escola da Amadora, avança o jornal Público, tendo a detenção acontecido poucas horas depois.

Na semana passada, a escola da criança recebeu uma ação de sensibilização de uma associação que pretendia prevenir e alertar as crianças para comportamentos inadequados e que devem ser denunciados. Durante a sessão, a menor percebeu que os atos descritos eram iguais àqueles que o padrasto praticava com ela.

No final da atividade de consciencialização, a criança recorreu, por isso, à professora para denunciar o padrasto, tendo esta acionado rapidamente a PSP. O caso foi entregue à Polícia Judiciária por ser a autoridade com competência para investigar este tipo de crimes.

A criança foi de imediato ouvida pela PJ, “tendo realizado as urgentes e necessárias diligências investigatórias”, segundo o comunicado das autoridades. A PJ apurou que o crime se arrastava desde 2022, quando a vítima tinha seis anos. A mãe da criança nunca deu conta de qualquer sinal de alerta que pudesse indicar o que acontecia ao longo dos três anos, já que o padrasto se aproveitava dos momentos em que ficava sozinho com a menina para praticar os abusos. A menor poderá ter de voltar a ser ouvida por um juiz de instrução criminal.

O diretor da Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo da Polícia Judiciária, João Oliveira, explica que a ação de sensibilização foi um gatilho para a denúncia. “Não tenho dúvidas de que houve uma relação de causa-efeito entre essa ação e a decisão de falar com a professora”, diz em declarações ao Público.

Do agregado familiar fazem parte outros menores, entre os quais um bebé, segundo a PJ, que estão agora sinalizados como “crianças em perigo” no Tribunal de Família e Menores.

O padrasto e agressor, de 31 anos, foi detido 24 horas após a denúncia por abuso sexual de crianças agravado, tendo já sido decretada pelo tribunal a medida de coação mais gravosa, a prisão preventiva.

Texto editado por Carlos Diogo Santos

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