O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, afirmou este sábado que a subida do ‘rating’ de Portugal para A choca com vida difícil de quem trabalha, sublinhando que aquele A só pode ser de aumento do custo de vida e das dificuldades dos portugueses.
Em Vila Nova de Famalicão, durante a apresentação dos candidatos da CDU aos órgãos autárquicos locais, Paulo Raimundo ironizou dizendo que até chegou tarde ao evento por causa das grandes manifestações de contentamento que encontrou na rua relacionadas com a subida do ‘rating’.
“É um A de aumentos. De aumentos dos custos dos alimentos, dos custos da eletricidade, das dificuldades de quem trabalha”, afirmou.
A agência de notação financeira Fitch subiu na sexta-feira o ‘rating’ de Portugal de A- para A, com ‘outlook’ (perspetiva) estável, segundo anunciou o Ministério das Finanças.
A Fitch apontou vários motivos para subir a classificação de Portugal, como a redução contínua da dívida, uma posição orçamental equilibrada, défices reduzidos a partir de 2026, o aumento das exportações e um crescimento resiliente.
Para a tutela, “esta decisão é mais uma conquista para Portugal e o reconhecimento do trabalho que está a ser feito pelo Governo, pelas famílias e empresas, no sentido de promover o crescimento da economia, garantir o equilíbrio das contas públicas e a redução sustentada da dívida pública”.
Paulo Raimundo contrapôs que a realidade é que a vida dos portugueses “está pior”, apontando como exemplos as dificuldades no acesso ao Serviço Nacional de Saúde, o “drama” da habitação e os “salários apertados que não chegam até ao fim do mês”.