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(A) :: 25 detenções e 26 polícias feridos em manifestação anti-imigração em Londres onde participaram mais de 110 mil pessoas

25 detenções e 26 polícias feridos em manifestação anti-imigração em Londres onde participaram mais de 110 mil pessoas

Manifestantes atingiram agentes da polícia com garrafas de vidro e tochas. Quatro polícias ficaram gravemente feridos. Cinco mil pessoas em contra-manifestação pró-refugiados.

Miguel Pereira Santos
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João Francisco Gomes
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Entre 110 mil 150 mil pessoas estiveram este sábado nas ruas de Londres para participar numa manifestação anti-imigração e anti-Islão organizada por Tommy Robinson, uma das principais figuras da extrema-direita britânica. A polícia metropolitana da capital inglesa anunciou que foram presas 25 pessoas por vários crimes, nomeadamente por agressões a agentes de autoridade.

“26 agentes ficaram feridos, incluindo quatro feridos graves — entre eles, dentes partidos, uma possível fratura no nariz, uma concussão, uma hérnia discal e um traumatismo craniano”, de acordo com a polícia metropolitana. “Quando os agentes intervieram para os impedir, enfrentaram uma violência inaceitável. Foram agredidos com pontapés e socos. Foram atiradas garrafas, tochas e outros projéteis”, explicou um porta-voz.

O protesto começou por volta do meio-dia na margem sul do rio Tamisa, com os manifestantes a dirigirem-se na direção do Palácio de Westminster, onde se encontra o Parlamento britânico.

Como explica a Reuters, sob o lema “Unite the Kingdom” (Unir o Reino), o protesto foi descrito pelos organizadores como uma celebração da liberdade de expressão — e também como uma homenagem a Charlie Kirk, o ativista político conservador norte-americano que foi morto a tiro na quarta-feira.

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Entre a multidão é possível encontrar muitas bandeiras de São Jorge (a bandeira de Inglaterra), mas também bonés vermelhos alusivos ao Presidente dos EUA, Donald Trump, e bandeiras norte-americanas e israelitas.

Os manifestantes estão a gritar cânticos de ordem contra o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e também a entoar gritos anti-imigração, incluindo frases como “mandem-nos para casa” ou “parem os barcos”.

Na zona de Whitehall foi instalado um palco para discursos, que incluem figuras conhecidas da direita radical mundial, como Steve Bannon, antigo conselheiro de Donald Trump.

A segurança na cidade de Londres teve de ser reforçada com mais de 1000 agentes da polícia metropolitana, com pelo menos 500 agentes a terem de vir de outras cidades, diz a BBC.

Contra-manifestação em dia de tensão em Londres

A aumentar as preocupações de segurança das autoridades está uma contra-manifestação marcada para o mesmo dia, sob o lema “Stand Up To Racism”.

Este protesto, de muito menor dimensão (cerca de 5 mil pessoas) partiu da Russell Square, também com destino a Whitehall, com gritos de ordem contra Tommy Robinson e a favor do acolhimento de refugiados.

A polícia metropolitana criou uma zona tampão entre as duas manifestações para evitar confrontos. “Os agentes estão a ter de intervir em vários locais para impedir os manifestantes do Unite the Kingdom de acederem a áreas restritas, violarem os cordões policiais ou chegarem aos grupos opostos”, afirmou a Polícia Metropolitana no dia X.