Para muitos pilotos, aquilo que aconteceu a Miguel Oliveira no primeiro dia de treinos livres em Misano não passaria de um momento perdido. Mais uma vez, para o português, tornou-se um momento “ganho”. E se no final da sessão vespertina desta sexta-feira sobrava sobretudo o desalento de um resultado muito aquém das expetativas sem que se percebesse ao certo o porquê de tamanho “tombo” depois das indicações deixadas de manhã (22.º), a manhã deste sábado trouxe uma outra versão do Falcão até alcançar uma das melhores qualificações do ano onde faltou apenas essa “cereja no topo do bolo” que era mesmo a passagem à Q2.
https://observador.pt/2025/09/12/depois-das-quedas-de-manha-uma-queda-maior-a-tarde-miguel-oliveira-termina-treinos-livres-em-sao-marino-no-22-o-lugar/
“Foi um dia complicado. Sofri duas quedas na primeira sessão de treinos livres que são difíceis de explicar, sobretudo a segunda, porque o pneu dianteiro simplesmente cede. A mota estava muito nervosa, com a frente a mexer-se muito. À tarde, tentámos dar um passo em frente com uma das motas mas tive um problema elétrico que afetou o comportamento, com muitos ‘cavalinhos’ [levantar da roda da frente] e com o controlo de tração bastante deficitário. Mudei de mota e tentei ainda fazer uma volta rápida mas tive os mesmos problemas que tinha sentido de manhã e não consegui atacar. Foi um dia difícil mas espero grandes melhorias amanhã [sábado]”, tinha explicado o piloto português que se encontra de saída da Prima Pramac.
https://twitter.com/sporttvportugal/status/1966434736059858952
https://twitter.com/yamaharacingcom/status/1966554572337316046
Mais do que nunca, Miguel Oliveira sabia o que tinha corrido mal e o que tinha faltado para chegar ao seu primeiro grande objetivo em São Marino: alcançar uma qualificação mais conseguida, que permitisse que não saísse tão atrás e não andasse de forma constante atrás do prejuízo. Tentou, conseguiu: na Q1, o português fez o terceiro melhor registo da manhã e entrou no 1.30 (1.30,944), ficando apenas a 90 milésimos de chegar à Q2 onde entraram Fabio Quartararo, também da Yamaha mas de fábrica, e Fermín Aldeguer. Se na véspera não saíra do 1.32 (1.32,017 de manhã, 1.32,369 à tarde), agora o salto tinha sido enorme e valeu mesmo aquela que foi a sua melhor qualificação desde que chegou à nova equipa da Pramac na Yamaha.
https://twitter.com/MotoGP/status/1966788817681060172
https://twitter.com/MotoGP/status/1966791017543225416
“Chegamos após um bom resultado e o objetivo é manter esse potencial. Para isso, é preciso melhorar a qualificação, especialmente a capacidade de fazer uma volta rápida. De momento, é aquilo que nos tem impedido de mostrar o nosso verdadeiro potencial. Mal posso esperar para entrar em pista e começar a trabalhar. Este circuito de Misano tem muito mais aderência do que o de Barcelona”, apontara o Falcão logo no início do fim de semana em São Marino. Depois das dificuldades, e mesmo ciente de que poderia ter ido um pouco mais além, a 13.ª posição abria boas expetativas para o que se iria passar já na corrida sprint.
https://twitter.com/MotoGP/status/1966800717294776484
O arranque para a corrida sprint de sábado tinha mais pontos de interesse, com os muitos italianos presentes em Misano a festejarem a pole position de Marco Bezzecchi, que ocupava a primeira linha da grelha com Álex Márquez e Fabio Quartararo tendo atrás de si na quarta posição o líder Marc Márquez. E foi nessa posição que tudo começou a animar, com o espanhol que lidera o Mundial a colocar-se logo atrás de Bezzecchi, já na frente do irmão Álex Márquez e de Fabio Quartararo. Mais atrás, Miguel Oliveira acabou por perder algumas posições logo na entrada para a segunda volta, descendo para o 16.º posto com quatro lugares perdidos e a presença por perto do companheiro Jack Miller. A qualificação foi boa, o arranque nem por isso.
https://twitter.com/MotoGP/status/1966850454593102317
Apesar de ser uma corrida sprint com apenas 13 voltas e um risco maior colocado por todos os pilotos, não houve grandes mexidas nas voltas seguintes, quase como se as motos da frente estivessem a estudar a forma de ganharem posições na segunda metade da prova. Mais atrás, Miller conseguiu mesmo passar o português Miguel Oliveira, que desceu a 17.º sem ritmo aparente para lutar por nova recuperação apesar do tempo que fizera de manhã. A Yamaha voltava a ter um dia para esquecer, adensado pela queda de Quartararo na quinta volta quando rodava em quarto, ao passo que Marc Márquez começava a mostrar-se na frente a Bezzecchi. Não foi à primeira, foi à segunda não foi por muito tempo: o espanhol acabou por cair (falhando pela primeira vez os pontos), com festa rija em Misano pelo regresso de um piloto italiano à liderança.
https://twitter.com/MotoGP/status/1966852158780830027
https://twitter.com/MotoGP/status/1966852582812311950
https://twitter.com/MotoGP/status/1966852753776365627
Marco Bezzecchi não mais voltaria a perder o primeiro lugar, ganhando a sprint depois de ter feito também a pole position.num pódio que contou ainda com Álex Márquez e Fabio Di Giannantonio. Já Miguel Oliveira foi prosseguindo numa corrida para esquecer, com Jack Miller a subir ainda a 14.º superando Brad Binder e depois Pecco Bagnaia (a outra deceção do dia) e o português a “andar para trás”, em 16.º atrás de Maverick Viñales e à frente de Álex Rins após a desistência de Binder tendo já um aviso de limites de pista. Ficaram ainda nos pontos entre o top 9 Franco Morbidelli, Pedro Acosta, Aldeguer, Luca Marini, Jorge Martín e Raúl Fernández, com a Yahama a ficar fora de todas as classificações pontuáveis da sprint.
https://twitter.com/MotoGP/status/1966855543215038893
https://twitter.com/MotoGP/status/1966860164331667899
https://twitter.com/MotoGP/status/1966861166350680423