O parlamento do Nepal foi dissolvido esta sexta-feira, anunciou o gabinete da presidência. O país irá realizar eleições a 5 de março de 2026, noticia o jornal Barron’s.
A decisão surge na sequência dos protestos antigovernamentais contra a proibição de acesso às principais plataformas de redes sociais e o aumento da corrupção — que fizeram com que K.P. Sharma Oli se demitisse do cargo e se nomeasse uma primeira-ministra interina, Sushila Karki.
Sharma Oli, que inicialmente recusou abandonar o cargo apesar das exigências dos manifestantes, cedeu e apresentou a sua demissão na terça-feira numa tentativa de conter os protestos, que afetam principalmente Katmandu.
https://observador.pt/2025/09/08/nepal-pelo-menos-19-mortos-e-mais-de-340-feridos-em-manifestacoes-da-geracao-z-contra-corrupcao-e-bloqueio-de-redes-sociais/
Dezenas de milhares de manifestantes saíram às ruas da capital do Nepal nos últimos dias para expressar a indignação contra a decisão das autoridades de bloquear a maioria das redes sociais, como o Facebook, o X e o YouTube. A manifestação foi chamada de protesto da “Geração Z” (pessoas nascidas entre 1995 e 2010), por terem sido estes os jovens que constituíram os principais opositores da decisão governamental.
Segundo Kiran Pokharel, assessor de imprensa da presidência, a dissolução do parlamento aconteceu, ainda, “por recomendação do primeiro-ministro”.
Apesar de ter aceitado o cargo temporariamente, Sushila Karki, de 73 anos, é a primeira mulher a liderar o país. Segundo a agência Reuters, foi a primeira mulher a ocupar o mais alto cargo do Supremo Tribunal do Nepal, função que desempenhou em 2016 e 2017.