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O nojo (do tempo e dos sicários)

Com a idade que já tenho continuo a ficar espantado com a capacidade que algumas pessoas têm de distorcer a realidade, de obliterar os factos, de não terem sentimentos, de serem sicários de carácter.

Pedro Barros Ferreira
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É por todos conhecido o período de nojo. Irei perorar sobre esse e sobre o outro: aquele que nos traz as atitudes de determinadas pessoas.

No passado dia 3 de Setembro, um acidente ceifou a vida a 16 pessoas e feriu umas dezenas (não sei em que extensão, ou seja, se existiram amputações e se ficam mazelas para a vida, etc.). Uma tragédia.

A educação que tive ensinou-me a não usar, abusar, gozar e aproveitar com a desgraça alheia. Para mais, com uma desgraça que não é ter ardido o pinhal, ou terem atropelado o meu cão. Foi uma desgraça que tirou mães e pais, a filhos, ou filhos, a mães e pais.

Que comediantes entendam brincar com o assunto, não me faz confusão. Sou daqueles que não gosta de limites no humor. Posso, ou não, achar graça, e esse é um direito meu.

Mas, os políticos não são comediantes (embora alguns pareçam ser). De igual forma, não tenho na categoria de comediantes: Jornalistas, comentadores, especialistas de vários ofícios.

Ora, se não são comediantes, o que são? Uma coisa eu sei: As suas intervenções provocaram-me nojo (aquele nojo que nos faz regurgitar). E porquê?

Na noite da tragédia, um tal de Nunes da Silva – ao que parece engenheiro – pulou de canal em canal dizendo obscenidades inenarráveis, sem qualquer tipo de sustentação técnica (ainda hoje não há certezas, quanto mais com o sangue ainda a escorrer do elevador). Que Deus o perdoe porque eu vou ter dificuldades.

Como é possível que alguém consiga dizer o que essa personagem disse? A que título? Com que intuito? Ficaram ofendidos com o termo sicário (usado por Moedas)? O que é pior? Nunca tive, nem tenho, paciência para virgens ofendidas.

Depois vieram os comentadores. Em catadupa. Quase todos com opinião formada. Infelizmente – julgando ser muito espertos – usam o alegadamente e o supostamente, para deixar “pistas” sobre quem eram os responsáveis da tragédia. Falo de Maria Castelo Branco e Sérgio Sousa Pinto (este último com muita pena e surpresa) por exemplo, entre muitos outros (mas que o nojo me impede de referir).

Com a idade que já tenho continuo a ficar espantado com a capacidade que algumas pessoas têm de distorcer a realidade, de obliterar os factos, de não terem sentimentos, de serem sicários de carácter. E o que dizer de Fernando Medina? Uma personagem que culpou o “mordomo” aquando do envio de dados pessoais para a Embaixada da Rússia, deixando correr o marfim. Agora, tem a suprema lata de afirmar que Moedas tem falta de carácter, por este ter referido algo sobre alguém já falecido. Ora essa! Essa coisa provinciana de não se dizer mal dos mortos é só isso: Uma parolice (vou estar atento aos que disserem mal de algum Ministro de Salazar – que também já não estão cá para se defender…).

E, por falar em falta de vergonha: como é que José Sá Fernandes que viveu de uma sinecura oferecida por Medina (5.000/mês, carro, motorista, secretária, gabinete em palácio, etc.) não tendo feito RIGOROSAMENTE nada para a Jornada Mundial da Juventude, tenha o desplante de opinar sobre esta tragédia?! Quem não sente nojo ao ouvir a personagem falar?

Mas existiram excepções: Falo com satisfação de Marques de Almeida que falou com propriedade.

Por força da minha actividade, tenho aprendido que os comunistas são pessoas sérias, que as pessoas do Bloco são uns demagogos sem vergonha, que os – actuais – socialistas fazem revirar na tumba o dr. Mário Soares, que o Livre é um Bloco sonso (o que por si só mete nojo) e que os Cidadãos por Lisboa – aqueles que estão na CML – são pessoas sem qualquer nível cultural, educacional e, menos ainda, político. No entanto, mesmo o PCP, no afã eleitoral, levou o vereador João Ferreira a afirmar no canal Now que Moedas “tirou” quatro milhões da CARRIS para “dar” à Web summit. E disse-o como se tivesse sido este ano. Não foi em ano nenhum, mas ao menos que acerte no ano da falsidade: 2024 (sem qualquer impacto na actividade deste ano…)

O vereador Ricardo Moreira (do Bloco), sem qualquer pejo e provocando o nojo, continua a afirmar essa falsidade. Mas dele e do Bloco espera-se tudo, mesmo tudo.

Por fim veio o PS. De uma forma sonsa, apresentou-se compreensivo.

Para as televisões enviava os sicários (desculpem, as pessoas que não se importam de practicar actos nojentos) como Medina, Pedro Nuno Santos, Sá Fernandes (o Zé) e outros quejandos.

Vamos lá a ver se nos entendemos:

  1. Nunca a CARRIS teve tanto dinheiro como neste mandato;
  2. Nunca a GEBALIS teve tanto dinheiro como neste mandato;
  3. A Web Summit foi acordada e celebrada por Medina;
  4. Nunca no mandato anterior o custo da Web Summit esteve orçamentado desde o início;
  5. Ao contrário do mandato anterior as alterações orçamentais, neste mandato, foram públicas e discutidas com TODAS as forças representadas na CML;
  6. Toda e qualquer alteração orçamental “tira” de muitos lados e “coloca” em muitos lados. Não existem ligações directas. Afirmar tal coisa mete nojo;
  7. As conclusões preliminares do acidente, não apontam o dedo a ninguém;
  8. Meter no saco das eventuais responsabilidades, as questões orçamentais é um nojo e algo que só alguém abaixo de sicário pode dizer;

As declarações de Leitão, Ludmila Alexandra, são asquerosas e provocam nojo.

A votação do PS na última reunião de câmara – impossibilitando o cumprimento de um contrato por eles celebrado – mete nojo.

A afirmação, por parte de um assessor do PS – a mim dita – que o chumbo da alteração orçamental de dia 10 de Setembro (onde se pretendia dotar a Web Summit) se devia ao facto de estarmos em campanha eleitoral, mete nojo.

Passados oito dias, acabei o meu período de nojo. Aquele que me ensinaram a ter.