Bad Bunny reconheceu que excluiu os Estados Unidos da sua tour mundial com medo que os serviços de imigração do país atuassem nas redondezas dos concertos. Numa entrevista à revista i-D, o artista porto-riquenho assegura que nunca esteve em causa uma questão de “ódio”.
Em apenas uma semana, Bad Bunny vendeu mais de 2,6 milhões de bilhetes para a digressão mundial do álbum DeBÍ TIRAR MáS FOToS, o que lhe valeu um recorde de vendas em vários países. Porém, deixou os EUA fora dos concertos da tour.
Agora, numa entrevista à revista britânica, quando questionado sobre a opção, o cantor revelou que “houve muitas razões” e “nenhuma delas foi por ódio”. “Havia a questão de que — tipo, a porra do ICE (Immigration and Customs Enforcement) podia estar à porta [do meu concerto]. Foi algo sobre o qual falámos e que nos preocupava bastante”, justificou, sugerindo que podia haver inspeções e que alguns dos seus fãs poderiam estar a colocar a sua segurança em causa.
Benito Antonio Martinez Ocasio, conhecido no mundo artístico como Bad Bunny, lembrou que já atuou diversas vezes nos EUA, que todos os concertos “foram um sucesso” e que adorou a ligação que sentiu com os latinos que vivem no país. Mas recordou que “os latinos e porto-riquenhos dos Estados Unidos também podiam viajar” até Porto Rico ou para qualquer parte do mundo para assistir aos seus concertos.
Numa entrevista à Variety em junho, o cantor tinha explicado que os fãs dos EUA tiveram inúmeras oportunidades para o ver atuar nos últimos seis anos, argumentando que os concertos no país seriam “desnecessárias”. Agora, Bad Bunny foi mais longe e reconheceu que a questão da imigração pesou na decisão.
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Numa das músicas mais conhecidas no novo álbum — “NUEVAYoL” —, Bad Bunny aproveita o videoclipe para criticar a política de imigração de Donald Trump. No meio de várias imagens de imigrantes e de uma bandeira de Porto Rico no topo da Estátua da Liberdade, aos 2 minutos e 42 segundos, surge uma voz em Inteligência Artificial a imitar o Presidente dos EUA, Donald Trump, onde se pode ouvir: “Cometi um erro e quero pedir desculpa aos imigrantes nos EUA. Eu sei que a América é todo um continente e quero dizer que este país não é nada sem os imigrantes, sem os mexicanos, dominicanos, porto-riquenhos, colombianos, venezuelanos, cubanos.”
A encerrar o vídeo, num fundo preto com letras a branco, a mensagem que Bad Bunny tinha para passar: “Juntos somos mais fortes.”