A Câmara dos Representantes, a câmara baixa do Congresso norte-americano, deu luz verde à “Big Beautiful Bill” de Donald Trump, depois de 24 horas de diálogo interno e algumas emendas feitas para garantir a sua aprovação dentro do partido. A proposta orçamental obteve 218 votos favoráveis, com apenas dois republicanos a juntarem-se aos 212 democratas, que se manifestaram contra o diploma.
Quando o speaker [presidente da câmara de representantes] Mike Johnson anunciou o parecer final da Câmara, a bancada republicana celebrou com cânticos e aplausos. Agora aprovado, o documento vai regressar diretamente à secretária de Donald Trump para ser promulgado (depois de já ter passado no Senado, a câmara alta).
O Presidente dos EUA havia definido o prazo de dia 4 de julho — o Dia da Independência norte-americano — para a aprovação do pacote.
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Em reação, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, assinala um “grande dia” para o país, acrescentando que o projeto-lei “restabelece a sanidade fiscal no país”, sendo um “encapsulamento de todas as políticas sobre as quais o Presidente [Trump] fez campanha nas quais o povo americano votou”, cita a BBC.
Um outro responsável da administração Trump, também ouvido pelo jornal britânico, acredita que a aprovação deste documento é “uma ponte para uma idade de ouro na América”.
Horas depois de a proposta ter sido aprovada, Donald Trump reagiu à votação destacando a “união sem precedentes” do partido republicano, convidando todos os senadores e congressistas para a “cerimónia de promulgação”, esta sexta-feira, pelas 16h em Washington D.C (21h em Portugal Continental), em pleno Dia da Independência.
Juntos, vamos celebrar a independência da nossa nação, e o início de uma nova idade de ouro”, escreveu o Presidente, referindo que a aprovação deste orçamento vai tornar os EUA num país “mais rico, seguro e orgulhoso do que alguma vez foi”.
“Juntos, somos capazes de coisas que não imaginávamos ser possível há menos de um ano. Vamos continuar a trabalhar, e a vencer — PARABÉNS AMÉRICA”, conclui Trump, na publicação na rede social Truth Social.
A aprovação do pacote irá dar a Trump margem de manobra para prosseguir com a sua estratégia orçamental, com cortes de impostos e redução dos apoios ao setor da saúde e à ajuda alimentar.
Analistas independentes dizem que a legislação irá aumentar a dívida pública norte-americana em 3,4 biliões, para atingir os 36,2 biliões, uma previsão que muitos republicanos desvalorizam porque, na sua leitura, ignoram o crescimento económico que irá ser conseguido graças à baixa de impostos cobrados às empresas.
Uma sondagem feita antes desta aprovação revelou que a maioria dos norte-americanos não concorda com este pacote orçamental: 49% opõem-se e 29% apoiam-na, de acordo com a sondagem do Pew Research Center. A maior parte dos inquiridos mostrou-se preocupado que o pacote irá aumentar o défice orçamental e irá prejudicar as pessoas com menores rendimentos, beneficiando os mais ricos.
[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 7.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music. E o primeiro episódio aqui, o segundo aqui, o terceiro aqui, o quarto aqui, o quinto aqui e o sexto aqui]
