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Células cerebrais continuam a formar-se até ao fim da idade adulta

Estudo sueco confirmou que há uma formação contínua de neurónios no hipocampo do cérebro adulto. O estudo pode ter implicações para o desenvolvimento de tratamentos regenerativos.

Agência Lusa
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As células da região cerebral do hipocampo, essencial para a aprendizagem e memória, continuam a formar-se até ao final da idade adulta, conclui um estudo divulgado esta quinta-feira que pode ter implicações no tratamento de doenças neurodegenerativas.

Há 12 anos, um grupo de investigação do Instituto Karolinska, na Suécia, demonstrou, medindo os níveis de carbono-14 (isótopo radioativo do carbono) no ADN de tecido cerebral, que se podem formar novos neurónios (células cerebrais) no hipocampo de humanos adultos.

Agora, no estudo publicado esta quinta na revista científica Science, o mesmo grupo identificou no tecido cerebral de pessoas com idade até aos 78 anos diferentes estados de desenvolvimento neuronal no hipocampo, desde células estaminais (células que se diferenciam noutras células) a neurónios imaturos, muitos dos quais em fase de divisão.

Por outro lado, a equipa conseguiu “identificar as células de origem, o que confirma que há uma formação contínua de neurónios no hipocampo do cérebro adulto“, segundo o investigador Jonas Frisén, que liderou o estudo, citado em comunicado pelo Instituto Karolinska.

De acordo com os resultados do trabalho, que recorreu a técnicas de análise genética e das propriedades celulares, nos humanos adultos as células de origem de novos neurónios, as chamadas células progenitoras de neurónios, são semelhantes às de ratos, porcos e macacos, mas existem algumas diferenças quanto aos genes que estão ativos.

Nos humanos há também “grandes variações”, com alguns adultos a terem muitas células progenitoras neuronais e outros quase nenhumas, salienta o comunicado do Instituto Karolinska.

Para o coordenador da investigação, Jonas Frisén, tais resultados constituem “uma peça importante” para “compreender como o cérebro humano funciona e se transforma ao longo da vida”.

Jonas Frisén destacou, ainda, que o estudo “pode também ter implicações para o desenvolvimento de tratamentos regenerativos que estimulem a neurogénese [formação de novos neurónios] em perturbações neurodegenerativas e psiquiátricas”.

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