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Após oito horas e 45 minutos, democrata Hakeem Jeffries quebra recorde de discurso mais longo na Câmara dos Representantes

Foram quinze minutos a mais do que o recorde estabelecido pelo antigo speaker Kevin McCarthy, em 2021. Criticou Trump e a "Big Beautiful Bill" da administração, num esforço de atraso da votação final.

Martim Andrade
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O congressista Hakeem Jeffries, líder da bancada do Partido Democrata, bateu o recorde de discurso mais longo na Câmara dos Representantes ao fim de oito horas e 45 minutos. As longas declarações do democrata, que começaram perto das cinco da manhã em Washington D.C, tiveram como objetivo atrasar a votação final da “Big Beautiful Bill”, o mega pacote orçamental de Donald Trump, que deverá ser aprovado esta quinta-feira pelo Congresso norte-americano.

Foram quinze minutos a mais do que o recorde estabelecido pelo antigo speaker Kevin McCarthy, em 2021, e o “I yield back” — o término do discurso — de Jeffries foi recebido com cânticos de apoio dos democratas. Durante a noite, manhã e início de tarde, ao abrigo do “magic minute“,Hakeem Jeffries lançou críticas aos conteúdos da proposta republicana, condenou recentes políticas da administração Donald Trump, e ainda apresentou uma lista as várias alterações sugeridas pelo Partido Democrata, que acabaram rejeitadas pela bancada oposta — com tempo para leituras bíblicas.

Enquanto líder dos democratas na Câmara dos Representantes, Jeffires tem autorização para discursar “por tempo ilimitado” durante o debate — o “magic minute“, tendo notificado, desde o início, a sua intenção em “demorar o seu tempo” a falar. Mike Johnson, o speaker, que tem a palavra final antes de dar início à votação, disse que acreditava que a proposta tinha já votos suficientes para ser aprovada, criticando o tempo usufruído pelo democrata. “É preciso muito mais tempo para construir uma mentira do que para dizer a simples verdade”, cita o New York Times.

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“Este orçamento irresponsável dos republicanos é um documento imoral e é por isso que estou aqui, na Câmara dos Representantes, com os meus colegas da bancada democrata da Câmara [dos Representantes], para o enfrentar e fazer tudo o que estiver ao nosso alcance”, justificou Hakeem Jeffries, durante o seu discurso. As declarações acabaram num registo semelhante ao de um “Sermão de domingo”, mas envolveram várias citações remetentes ao movimento dos direitos civis, na década de 60 nos EUA.

Apesar de estar à beira de um destino inevitável — com a aprovação do documento — o democrata compremeteu-se a “continuar a insistir até à vitória”, invocado Martin Luther King Jr.