O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, afirmou esta quinta-feira que os socialistas ou votam a favor ou se abstêm na medida do Governo para redução do IRS e deixou em aberto a possibilidade de propostas de alteração na especialidade.
À saída da primeira reunião do grupo parlamentar enquanto líder do PS, José Luís Carneiro foi questionado pelos jornalistas sobre qual será o sentido de voto no partido na proposta do Governo, em debate na sexta-feira, para uma redução adicional no IRS no valor de 500 milhões de euros, a aplicar-se ainda este ano.
“Vamos aguardar pela votação porque há duas hipóteses. Se nós somos a favor da redução da carga fiscal, tanto pode ser uma abstenção, porque não é a nossa proposta, como pode ser um voto a favor. Mas é preciso agora conhecer o que é que o Governo vai apresentar em termos concretos”, enfatizou. Sobre se vai apresentar propostas de alteração na especialidade, o líder do PS remeteu essa resposta para um “momento oportuno”, deixando essa hipótese “em aberto para a especialidade”.
O líder do PS começou por sublinhar que os socialistas são “a favor da redução da carga fiscal sobre o trabalho” e que, nesta proposta em concreto, “ela deve corresponder à justiça social” porque “não pode o Governo dizer que vai reduzir o IRS e depois aumenta à socapa o ISP”.
Na sexta-feira, o parlamento vai debater a proposta do Governo para uma redução adicional no IRS no valor de 500 milhões de euros, a aplicar-se ainda este ano. Em comunicado, o Conselho de Ministros destacou que a proposta aprovada “permite um novo alívio da carga fiscal, reduzindo adicionalmente as taxas marginais em todos os escalões, até ao 8.º escalão”.
Na semana passada, numa primeira reação a esta medida, então ainda como candidato à liderança do PS, José Luís Carneiro mostrou-se favorável à redução do IRS, mas disse que esperava pela discussão da proposta no parlamento, advertindo que é preciso salvaguardar as contas públicas e a justiça social. “Nós somos favoráveis a termos um desagravamento fiscal, uma descida de impostos, mas agora vamos agora ver, em sede de discussão parlamentar, os termos em que ela será feita porque também temos que cuidar da estabilidade das contas públicas e termos contas públicas saudáveis”, disse.
José Luís Carneiro falava aos jornalistas à entrada para uma ação de campanha na SEDES, em Lisboa, após questionado sobre a proposta do Governo para uma redução adicional no IRS no valor de 500 milhões de euros, a aplicar-se ainda este ano.