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Major-general Morais Pereira cancela reunião com o Chega

Reunião entre Isidro Morais Pereira e dois dirigentes do Chega estava marcada para esta quarta-feira, dia 2 de julho, mas foi cancelada e não há nova data. Major-general recusou explicar decisão.

Inês André Figueiredo
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Da mesma forma que foi o major-general Isidro Morais Pereira a pedir uma reunião com o Chega, também a decisão de a cancelar partiu de si. Depois de ter revelado, numa entrevista ao Observador, que está a ponderar uma candidatura à Presidência da República e de ter assumido o “conforto” que teria se recebesse apoio do partido liderado por André Ventura, o militar na reforma deu um passo atrás.

O recuo começou nas redes sociais e acabou com o cancelamento de uma reunião que as duas partes tinham confirmado. Dois dias depois da entrevista ao Observador, o major-general publicou na rede social X um texto onde dizia que tinha havido notícias que associavam o seu “bom nome” ao Chega para logo depois garantir que “não tem qualquer ligação” ao partido de Ventura.

https://twitter.com/isidro_pereira/status/1938919510095880631

Na entrevista ao Observador, no programa Vichyssoise, apesar de ter dito que não tinha sido contactado por nenhum partido político, Isidro Morais Pereira assumiu que “uma campanha eleitoral é sempre muito mais fácil sendo apoiada por uma estrutura partidária” e falou abertamente sobre um eventual apoio do Chega, a quem tinha pedido uma reunião. “Sinceramente, se a minha decisão for no sentido de me candidatar, não enjeito o apoio dos partidos. Os partidos fazem parte da democracia portuguesa. É sempre um conforto. Todo e qualquer partido que merece um apoio significativo dos portugueses, como foi o caso do Chega, que teve mais de um milhão de votantes… não há razão nenhuma para que não aceitasse esse apoio. Isto não quer dizer que concorde com todas as bandeiras do Chega.”

Na mesma entrevista, recusou ainda que um eleitor do Chega seja diferente de um eleitor do PCP ou do Bloco de Esquerda, argumentando que o partido de André Ventura “se enquadra dentro da democracia, é sufragado”, e que “tem o número de deputados que tem na Assembleia da República porque os portugueses assim o quiseram”. “Não tem que ser olhado como um partido diferente dos outros. É um partido como os outros, que tem algumas ideias que considero corretas, outras não”, justificou.

Apesar destas palavras, Morais Pereira cancelou a reunião que tinha prevista com o Chega para esta quarta-feira, dia 2 de julho, dia onde estariam presentes Diogo Pacheco Amorim e Ricardo Dias Pinto. Questionado pelo Observador, fonte oficial do Chega confirmou esse cancelamento e referiu que, até ao momento, não há data para uma nova reunião, recordando que a mesma tinha sido solicitada pelo major-general e que o Chega a aceitara “por cortesia“.

Contactado pelo Observador, Isidro Morais Pereira não apresentou qualquer justificação para a decisão, recusando responder.

Nas redes sociais, depois de “muitas mensagens” a questionar a sua “ausência nos habituais espaços de comentário”, o major-general informou que está a “desfrutar de uns merecidos dias de descanso“.

https://observador.pt/especiais/major-general-isidro-morais-pereira-pondera-candidatura-a-belem-e-pisca-o-olho-ao-chega/

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