Em 72 horas, uma espécie de forever transformou-se numa inevitável saída. Apesar de ter tentado resistir ao máximo à ideia de dispensar aquela que foi a “solução natural” para a saída de Rúben Amorim, Frederico Varandas recuou perante os dados e o contexto que foi crescendo em Alvalade e vai reunir-se com João Pereira para acertar a rescisão de contrato com o ex-treinador da equipa B. Em paralelo, o presidente leonino irá também encontrar-se com o mais do que provável sucessor, Rui Borges, nas próximas horas, sendo possível que um acordo entre Sporting e V. Guimarães seja anunciado até quinta-feira.
O Observador sabe que a decisão era defendida há muito em termos internos e que ganhou forma depois de mais um empate do Sporting em Barcelos, que valeu mesmo a perda da liderança do Campeonato depois do triunfo do Benfica frente ao Estoril. O próprio João Pereira sente que é mais vítima do que culpado, mas reconhece que a situação pode ter chegado a um ponto de não retorno. Os quatro pontos em 12 possíveis que disputou em quatro encontros da Primeira Liga e mais um jogo sem golos em Gil Vicente foram apenas dois dos dados negativos que sobraram do mês e meio em que esteve no comando da equipa.
De acordo com o que soube o Observador, o Sporting fez contactos exploratórios com dois treinadores portugueses, acabando por deixar os mesmos em stand by pelos prós e contras que envolviam. Entretanto, a opção Rui Borges ganhou força e o treinador do V. Guimarães é nesta altura a alternativa mais forte para assumir o comando dos leões. O técnico de 43 anos, natural de Mirandela, não é o único referenciado na Primeira Liga mas a decisão parece tomada, tendo em conta que nomes como Abel Ferreira ou Artur Jorge têm posições assumidas em relação ao futuro. O líder do Palmeiras era o nome há mais tempo pensado mas, mais uma vez, à semelhança do que aconteceu em 2020, o regresso a Alvalade parece colocado de parte.
“Tenho contrato com o Vitória até 2026 e o que tiver de acontecer têm de falar com o clube. Estive focado no jogo e na minha equipa, ninguém falou comigo. O que tiver de acontecer tem de passar pelo Vitória, nem o clube nem a equipa merecem que esteja a falar de uma notícia que saiu antes do jogo, não sei o que se passou com o timing dessa notícia. O clube e os jogadores merecem que fale do jogo, o que tiver de acontecer tem de passar sempre pelo Vitória. Fundo de verdade, conversas com o meu representante? Muito honestamente, não sei responder. Estava focado no jogo. Não falei com o meu representante nesse sentido, estava focado”, destacou Rui Borges após o empate do V. Guimarães com o Nacional esta segunda-feira.
De acrescentar que, para conseguir o atual técnico dos minhotos, os leões terão de pagar uma cláusula de rescisão na ordem dos quatro milhões, a que deverá acrescer uma verba bem menos substancial pelos outros elementos da equipa de Rui Borges. A isso acrescerá ainda o acordo para a saída de João Pereira. Contas feitas, mais de metade do que foi recebido do Manchester United quando Ruben Amorim saiu para Old Trafford será investido numa nova troca técnica, que terá como primeiro teste o dérbi com o Benfica.