(c) 2023 am|dev

(A) :: Suécia acusa China de recusar investigação ao navio implicado no corte de cabos submarinos no Mar Báltico

Suécia acusa China de recusar investigação ao navio implicado no corte de cabos submarinos no Mar Báltico

Autoridades suecas dizem que a China não autorizou que conduzissem a sua própria investigação em navio. Pequim adiantou que a embarcação já partiu e garantiu que vai continuar a cooperar.

Adriana Alves
text

Siga aqui o nosso liveblog sobre o conflito na Ucrânia

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Suécia disse esta segunda-feira que a China recusou um pedido para uma investigação ao navio chinês que foi implicado no corte de dois cabos submarinos no Mar Báltico. “A polícia sueca esteve a bordo [do navio] como observadora no âmbito de uma investigação chinesa. Ao mesmo tempo, noto que a China não acedeu ao nosso pedido para o procurador conduzir uma investigação a bordo”, disse Maria Malmer Stenergard à Agence France-Presse.

Dois cabos submarinos foram cortados nos dias 17 e 18 de novembro nas águas territoriais da Suécia. O primeiro a ser afetado foi o BCS East West Interlink, que liga a Lituânia à Suécia e é propriedade da Arelion. Seguiu-se o Lion1, um cabo de cerca de 1.200 quilómetros que liga a Finlândia à Alemanha e é operado pela empresa estatal Cinia.

https://observador.pt/2024/11/18/cabo-submarino-entre-finlandia-e-alemanha-cortado-paises-investigam-e-alertam-para-guerra-hibrida/

Depois de os operadores dos cabos submarinos relatarem problemas, vários líderes europeus abriram a possibilidade de se ter tratado de um ato de sabotagem. As suspeitas recaíram sobre o Yi Peng 3, que, segundo o portal Vesselfinder, estava ancorado em águas internacionais entre a Suécia e a Dinamarca na altura do incidente.

As autoridades chinesas anunciaram esta segunda-feira que o navio partiu, entretanto, da região para “garantir o bem-estar físico e mental da equipa”. “A empresa a que o navio pertence, depois de uma avaliação abrangente e consulta com as partes relevantes, decidiu retomar as operações”, explicou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, citado pelo jornal Guardian.

https://observador.pt/2024/11/20/destruicao-de-cabos-submarinos-misterioso-navio-chines-no-mar-baltico-aumenta-suspeitas-de-sabotagem/

Mao Ning garantiu que a China notificou, com antecedência, os estados com interesse no caso. Disse ainda que o país está disposto a “manter a comunicação e cooperação com todos os envolvidos para avançar no tratamento e acompanhamento do caso”.

Num comunicado conjunto emitido logo após o incidente, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Finlândia e da Alemanha sublinharam que “o facto de tal incidente levantar imediatamente suspeitas de danos intencionais diz muito sobre a volatilidade deste tempo”. “A nossa segurança europeia está não só sob ameaça da guerra de agressão russa contra a Ucrânia, mas também de uma guerra híbrida por parte de atores maliciosos”, referem, acrescentando que a proteção das infraestruturas comuns é vital para “a resiliência das nossas sociedades.”

Pouco tempo depois a Suécia pediu a cooperação da China na investigação, tendo o primeiro-ministro sueco sublinhado que não estava em causa qualquer acusação. Na semana passada, a China autorizou as autoridades suecas, alemãs e finlandesas a entrar no navio, mas apenas como observadores e não para conduzirem a sua própria investigação.