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O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Suécia disse esta segunda-feira que a China recusou um pedido para uma investigação ao navio chinês que foi implicado no corte de dois cabos submarinos no Mar Báltico. “A polícia sueca esteve a bordo [do navio] como observadora no âmbito de uma investigação chinesa. Ao mesmo tempo, noto que a China não acedeu ao nosso pedido para o procurador conduzir uma investigação a bordo”, disse Maria Malmer Stenergard à Agence France-Presse.
Dois cabos submarinos foram cortados nos dias 17 e 18 de novembro nas águas territoriais da Suécia. O primeiro a ser afetado foi o BCS East West Interlink, que liga a Lituânia à Suécia e é propriedade da Arelion. Seguiu-se o Lion1, um cabo de cerca de 1.200 quilómetros que liga a Finlândia à Alemanha e é operado pela empresa estatal Cinia.
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Depois de os operadores dos cabos submarinos relatarem problemas, vários líderes europeus abriram a possibilidade de se ter tratado de um ato de sabotagem. As suspeitas recaíram sobre o Yi Peng 3, que, segundo o portal Vesselfinder, estava ancorado em águas internacionais entre a Suécia e a Dinamarca na altura do incidente.
As autoridades chinesas anunciaram esta segunda-feira que o navio partiu, entretanto, da região para “garantir o bem-estar físico e mental da equipa”. “A empresa a que o navio pertence, depois de uma avaliação abrangente e consulta com as partes relevantes, decidiu retomar as operações”, explicou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, citado pelo jornal Guardian.
https://observador.pt/2024/11/20/destruicao-de-cabos-submarinos-misterioso-navio-chines-no-mar-baltico-aumenta-suspeitas-de-sabotagem/
Mao Ning garantiu que a China notificou, com antecedência, os estados com interesse no caso. Disse ainda que o país está disposto a “manter a comunicação e cooperação com todos os envolvidos para avançar no tratamento e acompanhamento do caso”.
Num comunicado conjunto emitido logo após o incidente, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Finlândia e da Alemanha sublinharam que “o facto de tal incidente levantar imediatamente suspeitas de danos intencionais diz muito sobre a volatilidade deste tempo”. “A nossa segurança europeia está não só sob ameaça da guerra de agressão russa contra a Ucrânia, mas também de uma guerra híbrida por parte de atores maliciosos”, referem, acrescentando que a proteção das infraestruturas comuns é vital para “a resiliência das nossas sociedades.”
Pouco tempo depois a Suécia pediu a cooperação da China na investigação, tendo o primeiro-ministro sueco sublinhado que não estava em causa qualquer acusação. Na semana passada, a China autorizou as autoridades suecas, alemãs e finlandesas a entrar no navio, mas apenas como observadores e não para conduzirem a sua própria investigação.