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Israel e Hamas admitem aproximação nas negociações para um cessar-fogo em Gaza

A duração do cessar-fogo e a troca de prisioneiros palestinianos pelos reféns israelitas têm sido um dos principais entraves nas negociações.

António Moura dos Santos
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As duas partes sentadas à mesa das negociações para um acordo admitiram esta segunda-feira à Reuters que diminuíram as diferenças entre si quanto a um futuro cessar-fogo em Gaza.

Esta novidade surge no decurso de um novo esforço por parte do Egito, dos EUA e do Qatar — os três países que têm agido como mediadores nas negociações de paz entre Israel e o Hamas — para pôr fim ao conflito e tratar da libertação dos reféns israelitas.

Não foram adiantados quais os pontos de concordância que ambas as partes dizem ter negociado, mas sim que aspetos é que ainda afastam este conflito do seu fim. Um deles prende-se justamente com a duração do cessar-fogo, que tem sido um entrave fundamental ao longo de várias rondas de negociações falhadas. Se o Hamas quer o fim da guerra, Israel quer primeiro o fim do domínio do Hamas em Gaza.

Em declarações à rádio Kan de Israel, o ministro da diáspora israelita, Amichai Chikli, disse que “este cessar-fogo pode durar seis meses ou pode durar 10 anos, depende da dinâmica que se vai formar no terreno”, dependendo de quem governar e reabilitar Gaza após a cessação dos combates. Um funcionário palestiniano passou mensagem semelhante à Reuters: “a  questão de acabar completamente com a guerra ainda não foi resolvida”.

Outro ponto contencioso é a identidade dos prisioneiros palestinianos a libertar por Israel em troca de reféns, algo que ainda não foi possível chegar a acordo.

Enquanto as negociações continuem à mesa, os combates fazem-se no terreno, saldando-se na morte de pelo menos 11 pessoas na Faixa de Gaza durante esta noite, vítimas dos ataques das Forças de Defesa de Israel.

Soma-se ao engrossar das vítimas a incapacidade das unidades hospitalares de Gaza em lidar com os feridos. O hospital Kamal Adwan, cujos depósitos de combustível têm sido alvo de bombardeamentos, vai ter de encerrar por ordem de Israel, apesar de ser apenas um dos últimos três hospitais em funcionamento no norte de Gaza.

Husam Abu Safiya, o diretor deste hospital, comunicou à Reuters que obedecer a tal ordem é “quase impossível” por não haver ambulâncias suficientes para retirar os doentes.