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Marques Mendes diz que no "futuro" é preciso fazer mais pontes: "Não podemos andar em crise permanentemente"

No seu comentário na SIC, Marques Mendes aproveitou instabilidade na Madeira para deixar recados sobre o papel do Presidente. E acredita que boa relação entre Belém e São Bento é "essencial".

Mariana Lima Cunha
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O país precisa de ter um “modo de vida diferente” e menos focado em “crises políticas” recorrentes. O aviso foi feito por Luís Marques Mendes, que dá cada vez mais sinais de querer mesmo avançar com uma candidatura à Presidência da República, enquanto fazia um comentário sobre a instabilidade na Madeira — tendo feito questão de alargar os avisos a território continental.

No seu habitual espaço de comentário, na SIC, o antigo líder do PSD começou por ser desafiado a comentar a crise política na Madeira, sentenciando que “isto não é modo de vida” e assumindo ter “pena” de que o representante da República, Ireneu Barreto, “não tenha feito algumas diligências para evitar esta crise”.

Daí, saltou para o aviso a nível nacional, numa presumível referência ao papel que o Presidente da República desempenha em casos de instabilidade política: “Nestas matérias, seja na Madeira ou no país, vamos ter de ter no futuro um modo de vida diferente, tentar fazer pontes para prevenir e evitar crises políticas. Não podemos andar em crise permanentemente”, argumentou.

Marques Mendes já tinha esta semana, de resto, defendido em declarações ao Observador que o próximo Presidente deveria — ao contrário do que aconteceu no segundo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa — afastar cenários de dissolução: “Eu não sei quem é que vai ser Presidente da República, mas há uma coisa que eu sei: o Presidente tem de ter algumas preocupações centrais. Tem de ser um construtor de pontes. Não podemos passar a vida, sempre que há uma crise,a pensar em dissoluções ou eleições antecipadas”, declarou.

Este domingo, durante o comentário na SIC, Marques Mendes aproveitou outro tópico — as divergências entre Luís Montenegro e Marcelo Rebelo de Sousa, que defendeu não passarem de uma diferença de “estilos” — para continuar a definir o perfil ideal para Belém, neste caso relativamente à relação que o Presidente deve ter com o Governo. “Acho que não há divergências de fundo e acho que é desejável que não haja no futuro. Estamos a viver uma enorme estabilidade lá fora”, registou, questionando: “Ainda vamos acrescentar instabilidade institucional cá dentro?”.

Depois, prosseguiu: “Um país ganha muito em ter estabilidade e unidade política e institucional. Temos o Parlamento fragmentado, tem de haver um enorme espírito de diálogo entre Presidente e Governo”, defendeu, acrescentando que essa boa relação é “essencial” para o sucesso do país e a continuação do aumento do crescimento económico. “Acho que a parte institucional ajuda imenso”, reforçou.

Operação no Martim Moniz não é inédita e oposição não deve “polarizar”

O comentador e antigo líder do PSD reagiu ainda à polémica operação policial na zona do Martim Moniz, em Lisboa, dizendo que lhe causam “estranheza” as violentas críticas da oposição, uma vez que nem a operação nem o modus operandi da polícia são “inéditos” e já se verificavam no tempo de outros governos.

Depois de defender a “legalidade” e a “necessidade” da operação, dado o “aumento do tráfico de droga”, Marques Mendes admitiu que pode apenas haver dúvidas quanto à “proporcionalidade” dos meios utilizados — e para esclarecer essa questão os responsáveis poderão ser chamados ao Parlamento, notou.

E quis deixar um recado à oposição: tem “todo o direito” a fazer críticas, mas numa matéria “tão sensível” é “preciso moderação e equilíbrio”, não devendo os políticos ser “polarizadores e radicais”. “A PSP e as forças de segurança não são do governo nem da oposição, são do país. E precisam de estar motivadas e prestigiadas. Não podem ser um saco de boxe na luta política”, avisou, pedindo também à polícia que aja com profissionalismo e não se deixe “instrumentalizar”.

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