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(A) :: Os crimes, as vítimas e uma perseguição que durou anos. A história de “A Caça ao Estripador de Lisboa”

Os crimes, as vítimas e uma perseguição que durou anos. A história de “A Caça ao Estripador de Lisboa”

Só à segunda morte é que se percebeu que havia um assassino em série à solta em Lisboa. Durante anos, a PJ fez tudo para o apanhar. Incluindo mudar a forma como investigava. E pedir ajuda ao FBI.

Tânia Pereirinha
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Rodrigo Mendes
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Quando se deparou com a primeira vítima, na manhã do último dia de julho de 1992, num exíguo barracão de madeira na Póvoa de Santo Adrião, a Polícia Judiciária soube logo que o que tinha em mãos estava longe de ser “apenas” mais um crime.

A mulher estava irreconhecível e coberta de sangue, deitada no chão, entre bidões de várias cores, de pernas muito afastadas e seminua, de roupa interior, mas com a saia puxada à altura do peito. Na barriga tinha um corte profundo, longitudinal, através do qual, perceber-se-ia em breve, lhe tinham sido puxados e arrancados os intestinos.

Da confusão do barracão, uma espécie de anexo, que servia de armazém de produtos químicos a uma oficina de metais, a polícia conseguiu recuperar uma série de provas. Duas pulseiras — uma com as iniciais M.V.P.L. e uma data, 22 de maio de 1970; outra com a inscrição “Eu te amo” e as iniciais A.M.R.R. —; dois botões; um dente e vários pedaços de intestino.

O que não foi possível encontrar: algo que se assemelhasse a uma potencial arma do crime e impressões digitais ou amostras biológicas do assassino. A cena do crime era demasiado caótica e desorganizada. Além disso, nessa altura, o ADN ainda estava a dar os primeiros passos em Portugal. Mesmo que fossem recolhidas, as amostras teriam depois de ser enviadas para Londres — sendo que só estavam garantidos resultados se fossem submetidas grandes quantidades de material genético.

[“A Caça ao Estripador de Lisboa” é o novo podcast Plus do Observador que conta a conturbada investigação ao assassino em série que há 30 anos aterrorizou o país e desafiou a PJ. Uma história de pistas falsas, escutas surpreendentes e armadilhas perigosas. Pode ouvir aqui, no Observador, e também na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube.]

À primeira vista, tornou-se imediatamente evidente que o crime tinha sido cometido com violência extrema e que a vítima, de baixa estatura e muito magra, se teria tentado debater — sem sucesso.

Mais: a PJ também percebeu desde muito cedo que o objetivo do criminoso não tinha sido roubá-la. No pé esquerdo da mulher, encostado às tábuas de madeira do barracão, estava ainda pendurado o sapato que ela calçava, preto, sem salto. Para não ser assaltada, era ali que Valentina escondia o dinheiro. E o assassino nem sequer tocou nas notas que tinha lá dentro, bem visíveis, quatro mil escudos no total.

Aquilo que, nessa altura, não passava ainda pelas cabeças dos agentes chamados naquela sexta-feira de manhã à Praceta Heróis de Naulila, na Póvoa de Santo Adrião, freguesia de Odivelas, mesmo às portas de Lisboa, é que este não seria um crime isolado.

Tal como no caso de Valentina, também no de Fernanda se percebeu rapidamente: antes de fugir, o assassino tinha levado com ele parte considerável dos intestinos da vítima, presumivelmente “como troféu”. Nem a médica legista nem os agentes responsáveis pela investigação tinham qualquer dúvida: o assassino era só um e tinha de ser um psicopata. Pior do que isso: estava a evoluir.

Só cinco meses depois de Maria Valentina Pereira Lopes — M.V.P.L., como na pulseira — ter aparecido morta naquele barracão, é que a PJ percebeu que andava um assassino em série à solta nas ruas de Lisboa. Tudo porque no dia 2 de janeiro de 1993, também num barracão devoluto, mas dessa vez em pleno centro da capital, junto à estação de comboios de Entrecampos, foi encontrado outro corpo, de outra mulher baixa e franzina, com os mesmos sinais de violência.

Maria Fernanda Matos tinha 24 anos e, tal como Maria Valentina Pereira Lopes, de 22, também era prostituta. Tal como a primeira vítima, também ela foi assassinada durante a noite, ao que tudo indicava, por um pretenso cliente.

Valentina morreu graças a “graves lesões abdominais, juntamente com asfixia”. O relatório da autópsia de Fernanda, assinado igualmente pela médica legista Isabel Pinto Ribeiro, revelou um fim ainda mais violento: “Fratura de crânio com contusão do encéfalo, associado a feridas corto-perfurantes torácicas e abdominais, produzidas por instrumento de natureza contundente e corto-perfurante.”

A cerca de metro e meio do cadáver, no chão, pode ler-se no volumoso processo de investigação aos homicídios, que o Observador consultou, a PJ encontrou ainda parte dos órgãos vitais de Fernanda — “os intestinos, o fígado, o baço cortado em dois e o estômago”.

Tal como no caso de Valentina, também no de Fernanda se percebeu rapidamente: antes de fugir, o assassino tinha levado com ele parte considerável dos intestinos da vítima, presumivelmente “como troféu”. Nem a médica legista nem os agentes responsáveis pela investigação tinham qualquer dúvida: o assassino era só um e tinha de ser um psicopata. Pior do que isso: estava a evoluir.

“Não era a primeira vez que uma prostituta era assassinada”

Maria Valentina vivia no bairro da Quinta da Quintinha, na Póvoa de Santo Adrião, com os pais, três sobrinhos, ainda menores, e quatro irmãos. No total, tinha oito; metade rapazes, metade raparigas, uma delas sua gémea. Quando morreu, pode ler-se no processo arquivado no DIAP de Lisboa, só um dos irmãos, então com 21 anos, não tinha “antecedentes criminais” — sendo que dois deles estavam nesse momento a cumprir pena, um em Pinheiro da Cruz, outro em Sintra.

A própria Valentina, apesar de não ter cadastro, tinha tido um percurso de vida muito pouco ortodoxo, apurou a PJ, em entrevistas com vários familiares. Desistiu da escola no primeiro ano do ciclo preparatório, altura em que começou a fumar haxixe, e aos 13 anos evoluiu para drogas mais pesadas. À data da morte, “injetava cerca de 15 a 18 contos de heroína por dia”, explicou um dos irmãos à polícia. Era por isso que, há anos, se prostituía, acrescentou ainda.

Maria Fernanda, que morava com o companheiro e dois filhos pequenos num quarto de pensão na Rua das Gaivotas, junto ao Largo do Conde Barão, em Lisboa, não era toxicodependente. O que não significa que não tivesse também um vício: acontecesse o que acontecesse, todas as noites ia jogar bingo. E, não raras vezes, perdia todo o dinheiro que apostava.

Foi o que aconteceu na noite em que foi assassinada, a 1 de janeiro de 1993, estava ainda a recuperar de uma cesariana, tinha o filho mais novo apenas um mês e a mais velha, uma menina, 6 anos de idade.

Se, naquela noite, Fernanda saiu para trabalhar — contou à PJ  uma amiga e companheira de prostituição —, foi porque precisava mesmo de dinheiro para pagar o quarto na pensão. Era o primeiro dia do ano, a cidade estava na ressaca do réveillon, e o mais certo era que nem aparecessem muitos clientes. Mas o companheiro estava sem trabalho, há semanas que não arranjava biscates na construção e, quando assim era, as despesas da família cabiam-lhe a ela. Por isso mesmo, Fernanda saiu e Carlos ficou na pensão, com as crianças.

Problema: depois de já ter conseguido dois clientes, em vez de voltar para casa, Fernanda apanhou um táxi para a Avenida de Roma e perdeu tudo no jogo. De madrugada, quando o salão de bingo fechou, tomou a pior decisão de todas e regressou à zona de Entrecampos, para tentar recuperar algum dinheiro. O resto da história já é conhecida: seria encontrada horas depois violentamente assassinada.

“Acredito que, por se tratar de quem era, a Polícia Judiciária não se tenha, talvez, empenhado logo na investigação. Só depois, quando começam a relacionar as situações, é que acho que a Polícia começa a trabalhar mais afincadamente no caso”
Valdemar Pinheiro, jornalista

Nesta altura, os jornais ainda não estavam em cima do assunto. Um dia depois de Valentina ser encontrada morta, o Correio da Manhã tinha-se limitado a publicar uma notícia breve, sem detalhes: “Jovem seminua morta à facada”. Quando Maria Fernanda foi assassinada, o título foi outro, mas a dimensão e o conteúdo do artigo nem por isso diferiram muito: “Barracão de prostituição escondia corpo de mulher”.

Não havia detalhes sobre a vítima e a pretensa arma do crime não era a que a PJ tinha efetivamente recuperado da cena do crime. E, mais relevante ainda, na notícia não era feita qualquer ligação ao caso da morte de Valentina, cinco meses antes, na Póvoa de Santo Adrião.

Valdemar Pinheiro, jornalista, cobre assuntos relacionados com crime e polícias há mais de 45 anos. Quando Valentina e Fernanda foram assassinadas trabalhava no Correio da Manhã — mas, nessa altura, ainda estava longe de se interessar pelo caso.

Aliás, nessa altura, não havia caso. Muito, admite, pela falta de “interesse noticioso” atribuído pelos jornalistas às próprias vítimas, mas não só. “Não era a primeira vez que uma prostituta era assassinada, não é? Já tínhamos tido casos anteriores, mas eram casos pontuais, digamos assim”, analisa o jornalista, mais de 30 anos depois. “Eu também acredito que, por se tratar de quem era, a Polícia Judiciária não se tenha, talvez, empenhado logo na investigação. Só depois, quando começam a relacionar as situações, é que acho que a Polícia começa a trabalhar mais afincadamente no caso.”

O criminalista José Manuel Anes, que também haveria de ser chamado a ajudar na investigação, como perito do Laboratório de Polícia Científica e professor assistente de Antropologia na Universidade Nova de Lisboa, vai ainda mais longe. Fala em “desqualificação das vítimas” e diz que, se estas primeiras mortes não foram manchete de jornais nem fonte de grande preocupação entre as autoridades, foi graças à história de vida de Valentina e de Fernanda. “Prostituta é prostituta. Na nossa sociedade. Coitadas, elas são vítimas, mas são pecadoras, entre aspas. E, portanto, merecem o castigo.”

As mortes da margem sul e “uma bomba que explode”

Duas prostitutas mortas não fizeram disparar os alarmes na imprensa. Mas isso não tardaria a mudar. Tudo porque, enquanto a PJ investigava os dois crimes do Estripador em Lisboa, havia mais corpos a aparecer — mas na margem sul do Tejo.

No final de novembro de 1992, quatro meses depois da morte de Valentina e um mês antes de Fernanda ser assassinada, foi encontrada uma mulher morta numa ribanceira na Trafaria.

Na altura, o jornalista Valdemar Pinheiro escreveu meia página no Correio da Manhã, mas os detalhes sobre o que verdadeiramente teria acontecido só seriam tornados públicos em janeiro de 1993, já depois do crime da estação de Entrecampos.

A mulher era baixa e magra, chamava-se Ângela, tinha 22 anos, era toxicodependente e apresentava marcas de estrangulamento. Vivia com a mãe, na zona de Telheiras, e, escrevia o jornalista, “levava uma vida um tanto errante”, tendo sido vista pela última vez a entrar no carro de um homem desconhecido, na zona do Técnico, em Lisboa.

Aparentemente, tinha sido um crime isolado. Mas, no dia 24 de fevereiro, foi encontrada outra prostituta morta, também na margem sul, num pinhal na zona de Belverde.

“Estava-se sempre à espera que aparecesse a quarta e a quinta. Portanto, a comunicação social agarra nisto, as televisões particularmente, porque já havia três canais. E não largam, não largam o caso”
Carlos Ademar Fonseca, ex-inspetor da Polícia Judiciária

Estava completamente nua e também apresentava sinais de estrangulamento. E era a quarta prostituta morta na zona de Lisboa nos últimos sete meses. No dia seguinte, e apesar de não ter confirmação oficial por parte da PJ de que os casos poderiam estar relacionados, Valdemar Pinheiro juntou pela primeira vez os crimes todos: “Psicopata assassina prostitutas de Lisboa”. A partir daí, a história não voltou a sair das primeiras páginas dos jornais.

Duas semanas e meia mais tarde, na edição de domingo do telejornal, a RTP emitiu uma longa reportagem sobre o assunto — onde, também pela primeira vez, a jornalista se referiu ao criminoso como o “Estripador de Lisboa”.

Se o pânico, sobretudo entre as prostitutas de Lisboa e arredores, já começava a ser generalizado, nessa noite todo o país fica a saber que anda um assassino em série à solta. O que ninguém poderia imaginar é que, nessa mesma noite, o caso ia ficar ainda pior.

Maria João Rodrigues Vieira André dos Santos era toxicodependente, tinha 27 anos, morava em Santo António dos Cavaleiros, mas prostituía-se na Póvoa de Santo Adrião. Foi lá, a escassos metros do barracão de madeira onde Valentina tinha sido encontrada oito meses antes, que foi assassinada e esventrada na noite de 14 para 15 de março de 1993.

“É uma bomba. Uma bomba que estoira”, recorda Carlos Ademar Fonseca, à data agente da PJ e um dos responsáveis pela investigação. “Depois estava-se sempre à espera que aparecesse a quarta e a quinta. Portanto, a comunicação social agarra nisto, as televisões particularmente, porque já havia três canais. E não largam, não largam o caso.”

A reviravolta na investigação e o pedido de ajuda ao FBI

Apesar daquilo que foi escrito pela imprensa, a verdade é que, do processo oficial dos crimes do Estripador de Lisboa, constam apenas três vítimas: Valentina, Fernanda e Maria João.

Carlos Ademar Fonseca garante que, apesar de, a dada altura, a própria PJ ter ponderado juntar ao caso também as vítimas da margem sul, os crimes não poderiam ter sido cometidos pela mesma pessoa. O modus operandi do assassino era demasiado diferente.

A verdade é que, fosse com três ou com cinco vítimas, a investigação estava estagnada. Desde o início, a PJ perseguiu todas as pistas e teve inúmeros suspeitos. A começar no namorado de Valentina, o clássico suspeito número 1, e alargando depois a investigação a todos os potenciais contactos das vítimas, clientes regulares incluídos, a polícia seguiu todas as pistas e fez de tudo para apanhar o assassino.

“Na altura propus: ‘Porque é que não tentamos montar aqui um sistema que vá um bocadinho além do clássico?’ Os americanos têm sempre procedimentos para o que eles chamam de investigações multiagências. E foi o que nós fizemos. Ou seja, o inquérito continuou com quem tinha os inquéritos e o que nós fizemos foi criar, ao lado, outras estruturas”
José Ferreira Leite, ex-sub-diretor da PJ de Lisboa

A ausência de resultados é fácil de explicar, diz o antigo inspetor da PJ. E resulta não apenas da natureza dos crimes e do perfil das vítimas, mas também da velha “escola da dedução” seguida pelos investigadores da secção de Homicídios. “Estes casos que envolvem prostituição, que envolvem contactos esporádicos, são sempre muito complicados de investigar. Não é por acaso que os casos que envolvem prostitutas mortas são casos muito difíceis de resolver”, explica.

“Era a dedução, dedução, dedução e dedução. Não havia mais nada; era a prova testemunhal a funcionar em pleno. A tal dedução empurrava num sentido e depois procuravam-se pessoas que pudessem ajudar a esclarecer se, de facto, ir por ali fazia, ou não, sentido. A prova era essencialmente pessoal, havia muito pouca prova material, a não ser a própria arma do crime quando era encontrada. De resto, não havia mais nada.”

Na primavera de 1993, meses depois das primeiras mortes, a PJ continuava a zeros. Foi aí que se chegou à conclusão de que era preciso mudar.

José Ferreira Leite tinha sido nomeado subdiretor na Diretoria de Lisboa da PJ há alguns meses. Quando percebeu que o diretor nacional estava a ponderar retirar o caso à secção de Homicídios — “o que é sempre uma ofensa para todos nós” —, ofereceu-se para gizar outra abordagem. “Na altura, propus: ‘Porque é que não tentamos montar aqui um sistema que vá um bocadinho além do clássico?’ Os americanos têm sempre procedimentos para o que eles chamam de investigações multiagências. E foi o que nós fizemos. Ou seja, o inquérito continuou com quem tinha os inquéritos e o que nós fizemos foi criar, ao lado, outras estruturas.”

Enquanto os agentes responsáveis pelos inquéritos continuavam o seu trabalho, foram criados grupos para receber e filtrar a informação que tinha começado a chegar em catadupa, via carta ou telefone. A Direção Central de Combate ao Banditismo, recorrendo à experiência ganha no combate às FP-25, ficou encarregue do tratamento e análise de informação. E grupos de alunos e estagiários do Instituto da Polícia Judiciária, em Loures, foram mobilizados para fazer inquéritos e levantamentos porta a porta na área dos crimes.

Também à escola da PJ foram requisitados os serviços de Cristina Soeiro, a psicóloga que até então se limitava a dar formação aos futuros agentes e que se tornaria assim na primeira profissional do ramo a integrar uma investigação policial em curso em Portugal. Um dia depois de ter chegado ao edifício da PJ, na Rua Gomes Freire, em Lisboa, Cristina Soeiro “estava dentro de um carro com agentes especiais do FBI”.

Era o único passo que faltava dar: pedir ajuda à polícia internacional mais conceituada e habilitada a lidar com casos de assassinos em série. Depois disso, era improvável que a investigação não disparasse e o Estripador de Lisboa não fosse apanhado.

Só que não foi bem isso que aconteceu. Nessa altura a PJ não tinha como o saber, mas a caça ao assassino das prostitutas estava apenas a começar. Os três agentes especiais do FBI enviados a Lisboa para dar formação à polícia portuguesa e para ajudar na análise do caso ficaram em Portugal durante algumas semanas e abriram portas a inúmeras linhas de investigação que conduziram a uma série de novos suspeitos — dentro e fora do país e até para lá do continente europeu.

Apoiada pelo FBI e pela Interpol, a PJ seguiu todas as pistas e bateu a inúmeras portas, manteve vários suspeitos sob escuta telefónica, pediu ajuda às prostitutas de Lisboa e montou arriscadas operações, tudo para capturar o Estripador de Lisboa, à época elevado à categoria de inimigo público número um. São esses os detalhes contados no novo Podcast Plus do Observador, “A Caça ao Estripador de Lisboa”.

Mais de 30 anos depois, José Ferreira Leite não é o único, entre os envolvidos na investigação, a admitir que é “perfeitamente possível” que um dos homens considerados suspeitos pudesse efetivamente ser o responsável pelos homicídios de Valentina, Fernanda e Maria João. Só nunca foram conseguidas provas irrefutáveis nesse sentido.

Se for mesmo assim, significa que, algures ao longo da investigação, a Polícia Judiciária olhou para o sítio certo. Mas acabou por deixar escapar o Estripador de Lisboa.