Os olhos do mundo estão centrados nos EUA, a véspera da decisão entre Kamala Harris e Donald Trump foi também um momento propício para uma barrigada de basquetebol com um total de 15 encontros ao longo de toda a madrugada mediante o fuso horário. Em Portugal, começou à meia noite, acabou já depois das 5h da manhã e teve várias surpresas pelo meio a confirmar algumas mudanças de paradigma na NBA. Entre tudo isso, houve uma figura mais uma vez em destaque – e mais uma vez a fazer história. Neemias Queta foi o primeiro jogador nacional a jogar na principal liga norte-americana, tornou-se por inerência o primeiro a jogar em duas equipas diferentes e chegou também ao topo como primeiro campeão. No entanto, aquela festa de início de temporada a receber o anel de vencedor da época de 2024 foi apenas o início de algo mais.
https://observador.pt/2024/10/23/neemias-o-anel-de-campeao-e-uma-noite-historica-celtics-igualam-recorde-de-triplos-no-arranque-da-nba-entre-4-20-minutos-do-portugues/
No ano passado, em estreia pelos Boston Celtics depois da dispensa dos Sacramento Kings que durante duas semanas ainda pareceu colocar a sua continuidade na NBA em causa, o poste de 25 anos foi andando entre a G League (Maine Celtics) e o conjunto principal por ter um contrato two way que lhe permitia ganhar ritmo competitivo na filial para estar preparado para as chamadas de Joe Mazzulla na NBA. A certa altura, havia uma decisão a tomar: assinar como jogador dos Celtics a 100% ou procurar outras soluções. Apesar de ter jogado muito pouco a partir dos playoffs, Neemias Queta ficou e renovou. Agora percebe-se porquê.
https://observador.pt/2024/10/25/mais-solto-mais-seguro-e-a-fazer-o-que-sabe-melhor-neemias-precisou-de-apenas-14-minutos-para-se-mostrar-em-nova-vitoria-dos-celtics/
O português voltou a ser utilizado pelos Celtics na deslocação a Atlanta para defrontar os Hawks mas, pela primeira vez, entrou no cinco inicial de Joe Mazzulla. A ausência por lesão de Jaylen Brown, que se juntou a Kristaps Porzingis (que ainda não jogou esta temporada), fez com que o treinador optasse por uma estratégia diferente para o encontro, apostando em Al Horford na posição 4 de extremo/poste e no jogador nacional como poste. Esse é o principal dado da noite: Mazzulla tinha Payton Pritchard para manter a lógica dos quatro atiradores em campo, contava com Luke Kornet que é um dos principais jogadores de rotação mas quis lançar de início Neemias em mais um dia histórico na NBA. Começou bem, acabou ainda melhor.
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O número 88 teve o maior tempo de utilização da temporada de 2024/25, com um total de 23 minutos (ou seja, jogou quase metade do encontro), marcou dez pontos, ganhou sete ressaltos, fez um afundanço e um alley-oop, fez um desarme de lançamento e conseguiu ainda um roubo de bola. O carimbo de mais uma noite para recordar chegou numa outra estatística a que os norte-americanos ligam muito e que mostra como foi capaz de ajudar a equipa: o português, a par de Derrick White, foi aquele que teve a maior diferença positiva entre pontos marcados e sofridos pela equipa quando esteve em campo (+31). De forma natural, os Celtics voltaram a “passear” diante dos Hawks, com um triunfo claro por 30 pontos de diferença (123-93).
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Contas feitas, Neemias foi o quinto melhor marcador da equipa, apenas atrás de Jayson Tatum (28), White (21), Pritchard (18) e Jrue Holiday (16). Em termos coletivos, os Celtics mantiveram o segundo lugar da Conferência Este com sete vitórias e apenas uma derrota (só atrás dos Cleveland Cavaliers) e ocupam a terceira posição na NBA (os Oklahoma City Thunder, de Oeste, também só têm triunfos). Já no plano mais individual, o português participou em sete dos oito encontros da formação de Boston em 2024/25 e leva uma média de 5,7 pontos e 4,6 ressaltos em quase 14 minutos, valores acima da última temporada.
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“Ele cresceu muito como jogador e está a começar a aperceber-se o quão bom pode ser. Coloca a sua fasquia de exigência num plano muito alto. Esta noite fez coisas ótimas para nós. O mérito é todo dele porque é um jogador que trabalha muito, que se preocupa em chegar o mais alto possível, que quer ser treinado para evoluir e sinto-me grato que me dê essa oportunidade para fazê-lo. Conseguimos ver o que pode ser quando está no seu melhor e vai ajudar-nos muito durante a época”, destacou Joe Mazzulla no final de mais um encontro para a história de Neemias Queta na NBA. Uma história que está cada vez mais longe de parar…
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