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(A) :: O falso equilíbrio dos "people pleaser": 6 perguntas sobre pessoas que precisam de agradar aos outros, evitam conflitos e dizem “sim” a tudo

O falso equilíbrio dos "people pleaser": 6 perguntas sobre pessoas que precisam de agradar aos outros, evitam conflitos e dizem “sim” a tudo

Quando se colocam sempre as necessidades dos outros à frente das nossas, o resultado pode ser uma diminuição do bem-estar psicológico e da saúde mental.

Sofia Teixeira
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1 O que é um "people pleaser"?

O termo não tem tradução direta para português, mas refere-se a alguém que tem como característica a necessidade excessiva de agradar aos outros, muitas vezes à custa de colocar de parte as suas próprias necessidades e desejos.

São pessoas que valorizam muito a aprovação dos outros, tendem a dizer “sim” a tudo e a colocar o bem-estar alheio à frente do seu.

2 Que problemas de saúde mental podem estar associados a este comportamento? 

Este comportamento é conveniente para os outros mas acaba muitas vezes por ter um impacto psicológico e emocional para a própria pessoa.

“Está associado a diversos problemas de saúde mental a médio e longo prazo, como o aumento de ansiedade, o aumento da sintomas de depressão, o burnout, dificuldade em estabelecer limites e relações saudáveis e duradouras, sentimentos de fadiga e frustração, e até uma desconexão e isolamento social”, diz a psicóloga Joana Gentil Martins.

3 Mas como é que um "people pleaser" se comporta?

Geralmente, as características mais evidentes de um “people pleaser” são a dificuldade em dizer “não”, o evitamento de situações de discórdia ou conflito, uma autoestima baixa e uma necessidade constante de validação, por exemplo, de receber elogios.

No entanto, há um conjunto de outras características e comportamentos, que é habitual encontrar nestas pessoas:

4 Qual é a origem deste comportamento? 

Há habitualmente vários fatores que, em conjunto, levam a pessoa a comportar-se assim.

A psicóloga Joana Gentil Martins explica que a necessidade de agradar excessivamente aos outros se deve geralmente a fatores que incluem “baixa autoestima, crenças limitantes, elevada sensibilidade à rejeição, o medo da desaprovação e aprendizagem durante a vida de que agradar ao outro é mais seguro ou vantajoso”.

A psicóloga exemplifica: uma criança que cresceu num ambiente onde o amor e a aceitação estavam dependentes de ela cumprir algumas condições, sendo castigada, repreendida ou rejeitada quando não cumpria, pode desenvolver esta tendência de ter sempre comportamentos agradáveis.

Um “people pleaseré alguém que habitualmente desenvolveu crenças falsas, às quais os psicólogos costumam chamar distorções cognitivas. A psicóloga exemplifica algumas:

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5 É possível mudar este comportamento?

Sim. Quando a pessoa o identifica e percebe que lhe traz problemas e sofrimento, pode e deve procurar ajuda e é possível mudar.

“Em terapia”, explica a psicóloga clínica, “trabalhamos com estas pessoas para saberem identificar as suas crenças centrais disfuncionais, como a ideia de que o seu valor depende de agradar aos outros. E ensinamos estratégias para desafiar esses pensamentos”.

É um trabalho gradual, frisa, mas com grande hipótese de ser bem-sucedido. “É possível desaprender este padrão e construir relacionamentos mais equilibrados — com os outros e consigo.”

6 E além de fazer psicoterapia, há exercícios que seja possível fazer sozinho?

Sim. Qualquer pessoa que identifique este comportamento em si pode praticar a “auto-observação” e o “auto-questionamento”. Por outras palavras: estar atento ao que faz e ao que sente e fazer perguntas sobre isso.

Joana Gentil Martins deixa um conjunto de perguntas que são relevantes para quem se sente neste padrão: