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Estudantes preocupados com descongelamento das propinas após encontro com ministro

Ministro da educação tem evitado responder se descongelamento das propinas fará parte do Orçamento de Estado. Valor das propinas está congelado desde 2021, aquando a pandemia de Covid-19.

Agência Lusa
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A Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (AEFLUL) manifestou-se esta segunda-feira preocupada com o possível descongelamento do valor das propinas, depois de um encontro com o ministro da Educação, Ciência e Inovação.

Nas últimas semanas, o ministro Fernando Alexandre tem recusado revelar se o Governo pretende inscrever na proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) o descongelamento das propinas, uma hipótese que tem preocupado os estudantes, que esta segunda-feira tiveram oportunidade de questionar diretamente o responsável pela pasta do Ensino Superior.

Fernando Alexandre participou no primeiro dia do Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA), que está a decorrer em Évora, e, segundo o relato da AEFLUL, não confirmou inequivocamente essa intenção.

No entanto, escreve a associação em comunicado, o ministro defendeu a autonomia das instituições e disse olhar para as propinas como modelo de financiamento, reconhecendo que não defende o congelamento.

“A gravidade destas declarações merecem todo o repúdio e são bastante reveladoras do caminho que este executivo pretende prosseguir: um caminho de elitização e privatização do ensino superior público, um caminho de aumento da propina, do subfinanciamento”, refere a AEFLUL.

O valor das propinas dos cursos do ensino superior e dos cursos técnicos superiores profissionais públicos está congelado desde 2021, em resposta à pandemia da Covid-19, não sofrendo quaisquer aumentos desde então.

Os estudantes questionaram também o ministro sobre o futuro do antigo edifício do Ministério da Educação, na Avenida 5 de Outubro, em Lisboa, onde, em 2019, foi anunciado que seria construída uma residência universitária.

Cinco anos depois, o projeto ainda não arrancou e poderá não chegar a sair do papel.

Segundo relata a AEFLUL, Fernando Alexandre afirmou que os custos do projeto são elevados e está em cima da mesa a venda do edifício e aquisição de outro para a construção da prometida residência.

“Mais uma vez se vende património do Estado ao desbarato para assegurar os interesses privados e não para dar as 700 camas que os estudantes tanto necessitam”, escreve a associação.

A Lusa questionou o Ministério da Educação, Ciência e Inovação sobre a proposta de descongelamento do valor das propinas e a venda do edifício na Avenida 5 de Outubro, sem resposta até ao momento.