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Microfones ligados e candidatos em pódios: o que muda no debate vice-presidencial norte-americano?

O democrata Walz e o republicano Vance debatem pela primeira e única vez na terça-feira, com regras diferentes do debate presidencial. Nas sondagens, Walz é visto mais favoravelmente pelos eleitores.

Madalena Moreira
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O Governador do Minnesota, o democrata Tim Walz, e o Senador do Ohio, o republicano JD Vance, encontram-se frente a frente esta terça-feira no único debate vice-presidencial da campanha eleitoral norte-americana. O debate será organizado pelo canal CBS, que anunciou regras diferentes dos dois debates presidenciais deste ano, mas também dos debates vice-presidenciais de campanhas passadas.

A maior diferença são os microfones, que estarão ligados o debate inteiro, ao contrário do que aconteceu nos debates presidenciais, depois de a CNN ter decidido mantê-los desligados no debate de junho entre o Presidente Joe Biden e o candidato republicano, Donald Trump. Em setembro, a ABC utilizou novamente esta regra no frente a frente entre a nova candidata democrata, Kamala Harris, e Trump, apesar dos pedidos da campanha de Harris para os manter ligados.

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O debate terá uma duração de 90 minutos, durante os quais os dois candidatos não podem dialogar com membros da sua campanha ou consultar anotações escritas antecipadamente. Estas medidas são iguais à do debate entre Harris e Trump. Além disso, repete-se a ausência de declarações iniciais e um lançamento da moeda ao ar para escolher quem fecha o debate — ganhou o republicano JD Vance, que vai fazer a última declaração do confronto. À semelhança dos debates presidenciais, os dois vão estar de pé atrás de púlpitos. Contudo, este não é o formato habitual nos debates entre candidatos a vice, que costumam debater sentados a uma mesa. A última vez que dois candidatos a vice ficaram de pé foi em 2008, nota o New York Times.

O debate realizar-se-á nos estúdios da CBS em Nova Iorque e terá início às 21h00, hora local (2h00, em Portugal Continental), e será moderado por Norah O’Donnel e Margaret Brennan, que podem escolher prolongar os dois minutos de tempo de resposta dos candidatos ou, mais relevante, desligar os microfones, se a situação assim o solicitar.

Walz: mais honesto, confiável e preocupado que Vance

O primeiro, e único, frente a frente entre Tim Walz e JD Vance acontece um dia depois de uma sondagem da Sienna College para o jornal New York Times revelar que o candidato do par democrata é visto de forma mais favorável na região do Midwest, de onde Vance é nativo. Os inquéritos a 2055 possíveis eleitores dos Estados do Michigan, Ohio e Wisconsin, levados a cabo entre 21 e 26 de setembro, mostram que 42% dos inquiridos veem Vance de forma favorável contra 44% que olha para Walz da mesma forma.

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Da forma inversa, 41% dos inquiridos olha para o Governador democrata de forma desfavorável, enquanto 48% tem uma visão negativa do Senador republicano. Ao mesmo tempo, foram mais as pessoas que classificaram Walz como “honesto e confiável” — 49% dos eleitores –, do que Vance, em que 45% respondeu que as palavras se aplicavam — ao mesmo tempo 45% respondeu que não se aplicavam. O número repete-se nas pessoas que responderam que o número 2 de Donald Trump “não se preocupa com pessoas como eu”: 46% responderam o contrário. Para a mesma questão, metade dos inquiridos considerou que Walz se preocupa e apenas 37% disse o contrário.

Apesar da proximidade nas respostas, Walz parece ser o preferido dos eleitores no Midwest, mesmo no Estado nativo de Vance, o Ohio. O jornal nota que esta região é importante, uma vez que tanto Donald Trump como Kamala Harris escolheram os seus parceiros de corrida numa tentativa de agradar aos eleitores do Midwest.

Mesmo assim, a nível nacional, os eleitores continuam a olhar de forma mais positiva para Tim Walz do que para JD Vance. Na passada sexta-feira, a média das sondagens nacionais, recolhidas pelo Projeto FiveThirtyEight, mostrava que 40,1% dos inquiridos tem uma visão favorável do democrata (contra 36,4% que tem uma visão desfavorável), enquanto 45,7% tem uma visão desfavorável de Vance (contra 34,7% que olha para o Senador de forma positiva).