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INEM. Mais de metade dos candidatos a técnicos de emergência terão sido excluídos por erro, instituto nega

Mais de 200 técnicos que tinham sido recusados foram agora admitidos, após reclamação. Sindicato pede demissão do júri do concurso, mas INEM nega.

Agência Lusa
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Mais de metade dos candidatos excluídos no concurso de Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar foram-no por erros técnicos, o que obrigou o INEM a readmiti-los e levou o sindicato a exigir o afastamento do júri do concurso. Uma denúncia feita pelo sindicato que representa estes profissionais mas que o INEM já negou.

Segundo contou à agência Lusa o presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), Rui Lázaro, são mais de 200 os técnicos que reclamaram e viram a sua exclusão do concurso agora revista, sendo readmitidos.

“Quer dizer que mais de metade dos candidatos que tinham sido excluídos foram agora readmitidos, por [causa de um] erro administrativo na apreciação documental. Isto é muito grave, numa altura fundamentalmente em que o INEM está tão carente de técnicos de emergência pré-hospitalar”, sublinhou o responsável.

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Lamentando que a falta de atratividade da carreira faça com que os candidatos já sejam poucos, Rui Lázaro antevê que as vagas disponíveis possam não vir a ser preenchidas.

Erros desta escala são inadmissíveis“, sublinhou, relevando que o sindicato já enviou um pedido formal ao presidente do INEM para que “reveja e substitua” todos os elementos do júri, considerando que “deixaram de estar reunidas as condições para que este concurso, com este júri, possa decorrer de forma justa, séria e eficaz”.

INEM fala em problemas relacionadas com a digitalização dos documentos

No entanto, o INEM nega as acusações e recusa que tenha existido qualquer erro administrativo na exclusão de candidatos a Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH), justificando as readmissões com a clarificação da documentação enviada, pois não estava legível.

Em declarações à Lusa, o presidente do júri do concurso para TEPH, Ricardo Rocha, esclareceu que, dos 419 candidatos inicialmente excluídos, apenas reclamaram durante o período de audiência de interessados 240. Depois dos esclarecimentos pedidos, acabaram readmitidos 214. Quanto aos motivos da exclusão e posterior readmissão, disse que alguns documentos não estavam legíveis (fraca digitalização) e, quando os candidatos contactaram o INEM a reclamar, lhes foi pedido que enviassem documentos que fossem perfeitamente legíveis.

Apontou igualmente como exemplo o caso do averbamento da carta de condução, que apenas não é exigido a quem já tem carta de pesados: “Se o candidato nos envia apenas a parte de trás da carta, não podemos aceitar pois a carta pode ser de qualquer pessoa”.

Questionado pela Lusa sobre que tipo de erros de análise na exclusão motivaram estas readmissões, Rui Lázaro disse: “Já tínhamos recebido vários contactos de candidatos que referiam ter entregue toda a documentação necessária e que teriam sido excluídos, nomeadamente, por não terem o averbamento da carta de condução, quando, por terem licença de condução de veículos pesados, dispensam tal averbamento”.

“Pensamos que este possa ter sido um dos fatores que excluiu mais candidatos. A ser verdade, é um erro muito grave e que um júri de um concurso com esta importância não pode ter nem pode cometer”, acrescentou.

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Em meados do mês, o STEPH já tinha dito que estava “com muita preocupação” sobre a lista de candidatos admitidos a concurso, temendo que não se atingissem sequer os 25% de profissionais contratados nos anteriores concursos.

Segundo o STEPH, a lista inicial contemplava 407 candidatos admitidos — para 200 vagas — e excluiu 419, mais de metade dos quais agora acabaram readmitidos, depois de terem sido reconhecidos erros na análise destes casos.

Os candidatos admitidos a concurso terão agora que passar por diversas fases, que contemplam a prova de conhecimentos, a avaliação curricular, a prova de condução base, a avaliação psicológica, provas físicas e o curso de condução defensiva. A seguir, segue-se a formação, que também pode excluir alguns candidatos.

Quando anunciou que o Governo tinha autorizado a contratação de 200 TEPH, em agosto, o INEM veio explicar que o novo concurso previa a distribuição de vagas ao nível regional, com maior oferta para a Delegação Regional do Norte, com 90 vagas, seguindo-se a Delegação Regional de Lisboa, Vale do Tejo e Alentejo, com 50 vagas, a Delegação Regional do Centro, com 40 vagas, e a Delegação Regional do Algarve, com 20 postos de trabalho.